A final da Taça da Liga de futsal ocorreu no passado dia 21 de janeiro e, após vitória do Sporting diante do Benfica, determinaram os leões como os novos detentores da prova. No entanto, o triunfo leonino acabou por ficar ‘esquecido’, uma vez que a atenção mediática se rodeou num ato que partiu do banco do Clube de Alvalade e que envolveu o jogador verde e branco, Taynan.
O momento teve lugar nos últimos instantes da partida quando o ala do Sporting entrou em campo, vindo do banco de suplentes, e acabou a interromper uma jogada ofensiva de perigo dos encarnados. O jogador viu o cartão amarelo, o que gerou muita revolta do lado do Clube da Luz.
Apesar dos leões já estarem a vencer as águias, é importante destacar que esta polémica é muito mais do que determinar que é o justo vencedor da final. O que se coloca em causa, nesta situação, é as consequências que podem manchar a imagem do desporto nacional e, acima de tudo, do futsal, uma modalidade que está em crescimento em Portugal.
Ainda no próprio dia, o Benfica lançou um comunicado a criticar a decisão e foi ainda mais longe ao pedir a repetição da final, argumentando que se assistiu a uma ação antidesportiva, sendo importante condenar este tipo de atos. Aliás, o Clube da Luz já apresentou um protesto ao Conselho de Justiça.
A meu ver, o Clube da Luz foi bastante eficaz e certo no momento em que se demonstrou descontente com a forma como o jogo decorreu. A revolta não foi só apenas no resultado, mas sim no que pode vir a trazer para a modalidade, apelando para que situações destas não sejam repetidas, porque, de facto, perante o ocorrido, não se fala de outra coisa se não esta situação, descredibilizando muito do que se construiu até agora no futsal português.
Nessa ação judicial, os encarnados acabam por ter um ponto em ‘favor’, uma vez que colocaram em cima da mesa uma alteração da FIFA no regulamento. Ou seja, esta mudança está relacionada com o facto de a federação ter determinado o alargamento de punição de jogadores suplentes e não só a elementos da equipa técnica, como era antes, face a ações ilegais durante a partida.
Ainda que Taynan tenha visto o cartão amarelo, em causa estaria um possível cartão vermelho e a consequente expulsão, algo que não aconteceu. Tendo em conta que as leis do regulamento não foram cumpridas, leva a que o jogo deva ser anulado e repetido.
A verdade é que o comportamento do Taynan foi um ato irrefletido e vergonhoso para com o Benfica, como para com o Sporting, assim como para todos os elementos presentes dentro das linhas do campo. Em nenhum momento se pode justificar a atitude do ala com a emoção do momento. É preciso dar o exemplo e demonstrar que estes tipos de comportamentos são condenáveis de forma a evitar repetições e a criação de uma espécie de bola de neve. No entanto, mais uma vez, é importante destacar que, estas trocas de acusações entre os dois clubes e até entre jogadores, que também já reagiram a este ato do ala dos leões, mancham, não só a competição em questão, como a modalidade. Daí, ser crucial que a federação se imponha relativamente aos pedidos do Benfica e às declarações de ambas as partes.
