A CAN (Campeonato Africano das Nações) regressa a Marrocos para a 35ª edição, e ocorrerá entre 21 de dezembro e 18 de janeiro. Com craques nas várias seleções africanas, esta competição tem um gosto ainda mais especial este ano.
Devido à FIFA ter expandido o Mundial de Clubes a 32 equipas, e este ter decorrido entre junho e julho deste ano, o CAN teve de ser ajustado para o fim do ano, causando algum impacto nos clubes que ficam sem os jogadores disponíveis no plantel. No entanto, a situação piora ligeiramente uma vez que foram acrescentadas duas rondas extra da Liga dos Campeões, nas duas últimas semanas de janeiro, o que faz com que a já usual janela para a AFCON (em meados de janeiro e fevereiro), vá causar ainda mais interrupções.
Serão 24 seleções a competir pela taça mais desejada das Nações Africanas, mas apenas uma poderá sagrar-se campeã.


Como em todas as competições, há alguns favoritos ao pódio como a seleção de Marrocos, que além de ser o país anfitrião já venceu anteriormente, assim como a do Egito, vencedor de sete edições, com o nome Mohamed Salah como escudo inicial. Mas também a Costa do Marfim e o Senegal são adversários que vão estar à atura de qualquer desafio.
A passagem da fase de grupos é simples: os dois primeiros lugares passam automaticamente, o terceiro lugar pode passar consoante o ranking geral (entre outros critérios) e o quarto lugar é excluído da eliminatória.
Os grupos estão distribuídos de forma aceitavelmente equilibrada:
No grupo A: Marrocos, Mali, Zâmbia e Ilhas Camores.
No grupo B: Angola, Egito, África do Sul e Zimbabué.
No grupo C: Nigéria, Tanzânia, Tunísia e Uganda.
No grupo D: Benim, Botsuana, República Democrata do Congo e Senegal.
No grupo E: Argélia, Burquina Fasso, Guiné Equatorial e Sudão.
E, finalmente, no grupo F: Camarões, Costo do Marfim, Gabão e Moçambique.
O primeiro jogo coloca frente a frente Marrocos e Ilhas Comores, um confronto que se espera dominado pela equipa da casa (Marrocos), uma vez que é uma seleção que já fez mossa a muitas europeias, inclusive Portugal, e que quer demonstrar que também domina o continente africano.


Além de Mo Salah (Liverpool, a jogar pelo Egito), há outros nomes que fazem desta edição do CAN uma das mais esperadas. Geny Catamo (Sporting) carrega o emblema de Moçambique, Zaidu (FC Porto) vai a jogo com a camisola da Nigéria, Hakimi (PSG) jogará pelo Marrocos, Bissouma (Tottenham) a favor do Mali, Bryan Mbeumo (Manchester United) pelos Camarões, Osimhen (Galatasaray) pela Nigéria, Chancel Mbemba (Lille, ex-jogador do FC Porto) pela República Dominicana do Congo, Sadio Mané (Al-Nassr) pelo Senegal, entre outros jogadores que se espalham por clubes internacionais e portugueses.
Os jogadores africanos a jogar fora do seu país de origem, em grandes ligas como a Premier League, a Ligue 1, Primeira Liga, entre outras, costumam representar bem aquilo que é a essência africana: agressividade, rapidez e sede de golo. Por isso espera-se grandes jogos, com muita competitividade, alguns golos, quiçá artísticos, como costumam ser os destas competições e a certeza de uma coisa: haverá novo campeão africano.
O facto de grande parte destes jogadores estarem atualmente a representar clubes muito diversos, contribuirá, certamente, para a diversidade tática que se espera das seleções. Muito estudo prévio, organização ofensiva e defensiva e um objetivo comum: marcar golo e sair vencedor. Mas esta organização nem sempre é fácil, como vemos frequentemente na Seleção Nacional que por vezes o maestro não consegue colocar a orquestra toda a tocar ao mesmo tempo. Faz parte, e será bonito de se ver.


Será ainda importante referir que o CAN passará a realizar-se de quatro em quatro anos, a partir de 2028, tal como foi anunciado pelo Patrice Motsepe, presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF). Segundo o dirigente, esta mudança prende-se com a vontade de reestruturar o futebol em África e ter um “calendário mais harmonizado com o resto do mundo”. Facto que pareceu agradar a todos os clubes lesados com esta edição a realizar-se a meio da maior parte das ligas.
Palpite de seleção vencedora: Marrocos.
O primeiro jogo é dia 21 de dezembro pelas 18h00, e a final está agendada para dia 18 de janeiro, às 20h00.

