O domínio germânico no Dardo masculino

    Os alemães têm o Ouro olímpico, o Ouro mundial e o Ouro europeu. Têm, no ativo, dois dos três atletas que mais longe lançaram o engenho e ainda têm um terceiro que é o campeão nacional e que também se juntou ao clube acima dos 92 metros nesta temporada, sendo o oitavo melhor de sempre. O domínio alemão parece inegável. Mas chegará para quebrar um recorde mundial que dura há mais de 22 anos? Que ameaças enfrentarão ao seu domínio?

    A tradição germânica no Lançamento do Dardo não é recente. Basta falarmos do nome de Uwe Hohn para sabermos que quando falamos de Dardo, a língua germânica é de imediato uma das primeiras que nos vêm à cabeça. Hohn, que representava a RDA, foi um dos principais responsáveis pela alteração do engenho para o atual, facto que aconteceu em 1986. Antes disso, já há algum tempo que se falava na reformulação do Dardo, uma vez que existia alguma polémica nas medições com o engenho anterior (a ponta nem sempre furava o solo) e com a distância a que o engenho já vinha sendo lançado, colocando em perigo a segurança dos espectadores. Quando o alemão lançou 104.80 metros em 1984 (o único homem a lançar a mais de 100 metros), todo o processo foi acelerado até à modificação em 1986.

    Uwe Hohn, recordista “para sempre” com o anterior engenho
    Fonte: Wikicommons

    Aí passamos a ter um engenho com um centro de gravidade mais à frente, o que provocava uma redução na elevação atingida e um aumento da curvatura do arco para baixo no arco da queda, fazendo o engenho cair de forma mais vertical. Na fase anterior do Dardo não foi apenas Hohn o alemão a destacar-se, sendo que nomes como Detlef Michel, Michael Wessing ou Klaus Wolfermann alcançaram sucesso internacional no masculino, embora estes últimos representassem a outra Alemanha ainda antes da unificação dos dois lados. 

    Após a mudança de engenho e apesar de vários títulos globais conquistados no feminino, no masculino, a Alemanha apenas viria a conquistar o primeiro evento global, com Matthias de Zordo, nos Mundiais de Daegu em 2011, na altura com 23 anos. Zordo muito prometeu, mas nunca passou dos 88.36 metros, que alcançou nesse mesmo ano, havendo pouco a assinalar do resto da sua carreira. Antes de Zordo, os alemães tiveram dois homens que até ultrapassaram os 90 metros com o atual engenho, mas tanto Raymond Hecht como Boris Henry nunca conquistaram um grande campeonato – falando de Europeus, Mundiais ou Jogos Olímpicos. Depois de alguns anos com algumas presenças em pódios (principalmente a nível continental) e do Ouro de Zordo em Daegu, foi em 2016 que as coisas definitivamente se alteraram e viraram o tabuleiro por completo a favor da supremacia alemã.

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    Pedro Pires
    Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.