Bruno Lage voltou a falar sobre o polémico episódio com adeptos após o jogo com o Casa Pia, admitindo que a conferência de imprensa seguinte pouco serviu para esclarecer os sócios.
O antigo treinador do Benfica, Bruno Lage falou, ao jornal A BOLA, sobre um dos momentos mais marcantes da sua segunda passagem pelo Benfica, o confronto com adeptos na garagem, a seguir á derrota com o Casa Pia. O técnico explicou que a situação começou de forma aparentemente inofensiva, mas rapidamente subiu de tom.
«Quando chegamos estranhamente está um grupo de 30 a 40 jovens, adeptos, praticamente em frente ao autocarro. Estavam lá cerca de 40 a 50 polícias. A minha primeira ideia foi que nos iam chamar alguns nomes quando passássemos de carro, e no dia a seguir estaríamos outra vez a trabalhar. Mas não foi isso que aconteceu. Quando estamos a sair do autocarro, eu saio pela frente, o nosso capitão sai por trás, e começam a chamar o Nico. Eu não permiti que ele fosse na direção deles, e fui eu … mas a conversa aquece muito rapidamente quando um deles me diz qualquer coisa como: “Oh Lage vê lá se queres que a gente vá outra vez à tua casa.” A partir dali a conversa sobe de tom, o meu tom de voz aumenta, o meu vocabulário é outro, porque aquilo deixa de ser apenas uma conversa em que eu estou a defender a minha família profissional e passa a ser também uma conversa em que eu passo a defender a minha família pessoal», explicou o ex técnico das águias.
Bruno Lage refere também que os jogadores perceberam naquele momento que o treinador estava disposto a dar a cara pela equipa.
«Assistiram a tudo e naquele dia sentiram, e perceberam, que tinham um treinador que os ia defender sempre de tudo», rematou.
O treinador admitiu também que a conferência de imprensa realizada no dia seguinte não resolveu o problema.
«Vou-lhe ser honesto, essa conferência não esclareceu muita coisa. Nós fomos numa perspetiva de perceber o que é estava para vir e vocês eventualmente também não tinham muita informação do que é que se estava a passar. Foi um dia triste, mas o mais importante foi aquilo que nós vivemos no dia anterior e os jogadores sentirem que tinham um treinador que os iria defender sempre», disse o treinador.
Quanto ao seu futuro, Bruno Lage mostra-se motivado para voltar a treinar.
«Uma coisa tenho a certeza: da última vez não tive muita vontade de voltar de imediato ao trabalho, agora garantidamente não vai ser uma pausa tão prolongada e acredito muito que no imediato há uma proposta interessante que possa surgir. Hoje sou um treinador completamente diferente daquele que era há 5 anos. A curto prazo é esperar pelo projeto que nos volte a dar emoção para ir para dentro de campo e trabalhar com um conjunto de jogadores que acredite nas nossas ideias, tal como este grupo acreditou sempre», relatou.