📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

«Depois da época em Chaves, aconselhei-me com o Sérgio Conceição» – Entrevista BnR com Rafael Lopes

- Advertisement -

– Vitamina G(olo) –

“O futebol é estatística para um ponta-de-lança”

BnR: Após uma época menos exuberante no Moreirense, voltas a brilhar em Penafiel, onde, com Miguel Leal ao comando, apontas 15 golos em 34 jogos. É-te essencial um papel de destaque na equipa para teres confiança suficiente?

RL: Se hoje estou onde estou e sou quem sou como jogador é muito graças ao Miguel Leal. Vim de uma época muito má em termos individuais no Moreirense e psicologicamente estava muito abatido, sem confiança. Tinha voltado à Segunda Liga, algo que não queria e ele, para além de ressuscitar-me a carreira, mudou a minha forma de jogar. Quando cheguei ao Penafiel, ele perguntou-me “Rafa, quantos golos queres fazer esta época?” e eu disse “Mister, se fizer dez golitos, já fico todo contente”, porque a minha confiança estava de rastos. “Dez golos? Nem pensar! Vais fazer 20 golos! E olha, sei como é que jogas, mas vais mudar: vais deixar de pedir a bola no pé. Não quero mais disso”. Cheguei a Dezembro e tinha 15 golos.

Para nós, avançados, a nossa vitamina é o golo. Quando estava em Portugal – e até ao ano passado – cometia muitos erros e um deles era não ficar chateado quando não marcava: dizia “Ah, mas em dez lances aéreos, ganhei nove” e baseava-me nessas coisas. Quando vim para a Polónia, já vim com outra mentalidade “Que se lixe jogar bem, Não quero saber. Eu quero é marcar golos. Nos treinos e tudo.” Tinha sempre o golo na cabeça! As coisas começaram a correr bem neste sentido, porque também mudei muito a minha maneira de pensar.

Fonte: Facebook Rafael Lopes

BnR: Então por mais ações acertadas que um avançado tenha durante o jogo, é impossível lidar com o peso da ausência de golos nessa posição?

RL: É muito difícil. Podes estar dois anos sem fazer golos e as pessoas dizem “Ah e tal, é bom jogador, é um gajo porreiro”, mas passas mais um ano sem marcar e começas a cair. O futebol é estatística para um ponta-de-lança. Quem disse o contrário está a mentir. Um clube quer ir buscar-te e eles vão ver, no máximo, dois ou três jogos completos; de resto vão ver o rácio de golos/jogos. É claro que podes ter a sorte de “Atenção: este gajo bem trabalhado (…) a nossa equipa tem estas características, pode encaixar”, mas é uma percentagem mínima.

BnR: Na Académica és treinado por um Sérgio Conceição em início de carreira. Como o descreves dentro e fora de campo?

RL: Eu gosto muito do Sérgio Conceição como treinador e como pessoa e sempre disse isso em todo o lado, inclusive na Polónia porque toda a gente o conhece. Só tenho pena que as coisas, naqueles seis meses (…) se houvesse vídeo-árbitro, tinha sido tudo diferente. Quando cheguei lá, marquei seis ou sete golos e cinco deles foram anulados injustamente, porque depois víamos que não estava fora-de-jogo. E ele dizia mesmo “Tu não tens sorte nenhuma”. Tenho a certeza que, se aqueles golos não tivessem sido anulados, se calhar no ano a seguir tinha-me levado com ele para Braga.

É um treinador muito exigente dentro de campo e muito acessível fora dele, tanto é que, depois da época no Chaves, tinha duas possibilidades em cima da mesa para assinar e vou confidenciar que houve dois treinadores a pedir conselhos: ao Jorge Simão e ao Sérgio Conceição. Foram dois treinadores que me marcaram muito.

BnR: Em Chaves encontras uma massa adepta fiel e uma região sedenta do regresso ao principal escalão do futebol português. A ambição, o espírito de grupo e o balneário de uma equipa recém-promovida são diferentes de outro cuja continuidade na primeira divisão é quase um dado adquirido?

RL: Antes de chegar ao Chaves, estive três anos em Coimbra e já me sentia em casa (…) se a Académica tivesse ficado na primeira divisão, tinha-me mantido por lá, até porque havia essa vontade e já tínhamos falado sobre isso. Foram muitos erros de toda a gente: jogadores, direção… como é sempre. O clube e a cidade não merecem estar onde estão, porque a Académica tem umas condições fantásticas. Foi mesmo pena.

Em relação ao Chaves, encontrei um balneário novo e estavam ali, como eu, a começar do zero; alguns já conhecia, como o Paulinho, o Nélson Lenho, o João Patrão… foi muito fácil, até porque as pessoas de lá são espetaculares. Foi muito bom o ano que estive lá e desportivamente os resultados falam por si. Jogávamos muito bom futebol, fizemos um grande trabalho na Taça de Portugal (…) quase chegámos à final, foi aquele o penálti aos 93’ que o Douglas defendeu… Deixámos uma grande imagem e representámos muito bem o clube e a cidade.

Miguel Ferreira de Araújo
Miguel Ferreira de Araújohttp://www.bolanarede.pt
Um conjunto de felizes acasos, qual John Cusack, proporcionaram-lhe conciliar a Comunicação e o Jornalismo. Junte-se-lhes o Desporto e estão reunidas as condições para este licenciado em Estudos Portugueses e mestre em Ciências da Comunicação ser um profissional realizado.                                                                                                                                                 O Miguel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Masters 1000 de Paris: Francisco Cabral está nos quartos de final e já conhece adversários

Francisco Cabral e Lucas Miedler estão nos quartos de final do Masters 1000 de Paris. Categoria de pares da prova.

Ruben Amorim responde a declarações fortes de Sean Dyche, próximo adversário: «Se és comentador e não dizes coisas fortes…»

Sean Dyche disse que «poderia ganhar mais jogos» com o plantel do Manchester United em 4-4-2. Há resposta de Ruben Amorim.

Ruben Amorim antevê Nottingham Forest x Manchester United: «Assisti ao jogo deles contra o FC Porto»

O Manchester United vai enfrentar fora de casa o Nottingham Forest na Premier League. Ruben Amorim já fez a antevisão.

Ruben Amorim nomeado para treinador do mês de outubro da Premier League

Ruben Amorim foi nomeado para o prémio de treinador do mês da Premier League. É a primeira vez em que o técnico está entre os finalistas.

PUB

Mais Artigos Populares

Rui Borges enaltece outro jovem do Sporting, o «brasileiro malandro»: «Tem potencial enorme para ser um grande jogador»

O Sporting vai enfrentar novamente o Alverca, agora para a jornada 10 da Primeira Liga. Rui Borges elogiou Rayan Lucas.

FC Porto divulga boas notícias para Francesco Farioli sobre Luuk de Jong

Luuk de Jong está de volta aos treinos do FC Porto. O avançado neerlandês voltou à sessão, mas ainda de forma condicionada.

Rui Borges reflete tema formação: «De repente não vão sair daqui 10 Cristiano Ronaldos, nem sempre vamos ter fornadas boas»

O Sporting vai enfrentar novamente o Alverca, agora para a jornada 10 da Primeira Liga. Rui Borges já lançou jogo.