«Não sei se vai ser no FC Porto, mas acredito que vou fazer jogos na Liga dos Campeões» – Entrevista BnR com Luís Mata

    Dragões da mesma ninhada –

    «O Diogo Costa vai ser o guarda-redes do Porto pelo tempo que ele e o clube quiserem»

    Bola na Rede: Desde que o Alex Telles saiu do Porto, a posição de defesa-esquerdo é um posto bastante contestado. Se tens aguentado um pouco mais na equipa do Porto poderias ter tido a tua oportunidade?

    Luís Mata: Não quero estar a pensar se poderia ter acontecido ou não. Se essa tivesse sido a aposta do Porto e do mister Sérgio, eles teriam tido uma conversa comigo. Se assim não aconteceu foi porque eles não quiseram e eu continuei o meu trajeto. O Porto é o meu clube do coração. Tenho que agradecer muito ao Porto por tudo o que sou hoje, porque passei lá quase 14 anos. Foi um período muito bom na minha vida. Continuo a apoiar o Porto. Um dia, se voltar, vou voltar com tudo para mostrar a minha qualidade. Com o Alex Telles, o Porto habituou-se a ter um lateral-esquerdo de qualidade. Agora, tem o Zaidu, tem o Wendell e já jogou lá o Manafá também. É uma posição que não tem um jogador que a domine, vai havendo muita rotação.

    Bola na Rede: Já referiste nomes como o Fábio Vieira, o Vitinha e o João Mário. O Porto também já teve nomes como o Fábio Silva, o Diogo Dalot, o Diogo Leite, o Diogo Costa, tudo jogadores com quem te cruzaste. A aposta na formação é efetiva?

    Luís Mata: É efetiva. A prova disso é que não só no Porto, mas também no Sporting, no Benfica, no Braga, vês jogadores da formação. Há dez anos, não era assim e agora é algo super normal. O que custou foi o início. Já toda a gente perdeu o medo de apostar num jogador com 17, 18, 19 anos. O jogador tem qualidade, vai para o campo.

    Bola na Rede: O Diogo Costa agarrou definitivamente a baliza do Porto. Esperavas que isso acontecesse mais dia menos dia?

    Luís Mata: Joguei com o Diogo, apesar de ele ser dois anos mais novo do que eu, nos juniores e na equipa B. Acima de tudo, o Diogo é um jogador corajoso que não tem medo de arriscar. Confia muito nas suas capacidades. É um guarda-redes que tem uma margem de progressão muito grande. O Diogo Costa é dos melhores guarda-redes da Europa a jogar com os pés. Faz passes interiores, faz passes longos para o lateral, é mesmo muito bom. Dentro da baliza, também tem muita qualidade. Vai ser o guarda-redes do Porto pelo tempo que ele e o clube quiserem. Se acontecer a venda, vai ser para um dos melhores clubes da Europa.

    Bola na Rede: A surpresa maior poderá não ter sido a imposição do Diogo Costa, mas sim a saída do Marchesín.

    Luís Mata: Isso mostra o que o Diogo apresenta ao Sérgio Conceição e à equipa técnica. Não há críticas nenhumas a fazer ao Marchesín. Para o Sérgio Conceição escolher o Diogo é porque ele tem mesmo essa qualidade.

    Bola na Rede: Foi o Diogo Costa o jogador com quem te cruzaste e que mais te impressionou?

    Luís Mata: O Diogo foi um dos que mais me impressionou. Cheguei a jogar com o Rúben Neves até aos 16/17 anos, mas depois ele fugiu. Saltou juniores, equipa B, saltou tudo. Foi um dos jogadores mais talentosos com que joguei. Joguei também com o Diogo Dalot e com o André Silva, que estão nos maiores campeonatos. Na seleção nacional, cruzei-me com o Bruno Fernandes. Mais recentemente, na equipa atual do Porto, um jogador que me impressiona e que tem muita margem de progressão é o Fábio Vieira. Tem um pé esquerdo, visão de jogo e irreverência que me impressionaram na equipa B.

    Bola na Rede: Por serem dois jogadores criativos, os Fábio Vieira é muitas vezes comparado ao Vitinha. O que achas que os diferencia mais?

    Luís Mata: O Vitinha é mais construtor de jogo, é um médio mais posicional e que parte de zonas mais recuadas. O Fábio é mais vagabundo. Pode jogar como extremo ou como número dez. Têm muita qualidade os dois, mas têm características diferentes. Por isso é que o Fábio faz mais assistências e o Vitinha é melhor na construção de jogo.

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    Francisco Grácio Martins
    Francisco Grácio Martinshttp://www.bolanarede.pt
    Em criança, recreava-se com a bola nos pés. Hoje, escreve sobre quem realmente faz magia com ela. Detém um incessante gosto por ouvir os protagonistas e uma grande curiosidade pelas histórias que contam. É licenciado em Jornalismo e Comunicação pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e frequenta o Mestrado em Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social.