«O Estrela da Amadora estará de volta à Primeira Liga nos próximos anos» – Entrevista BnR com Ricardo Chéu

– Estrela guia a ambição –

«No Estrela consegui encontrar uma linha orientadora»

 

Bola na Rede: O que o atraiu no projeto do Estrela da Amadora?

Ricardo Chéu: Costumo dizer que no futebol é difícil encontrar projetos. Na semana em que vim para cá, tinha tido uma oportunidade de ir para outra equipa de Segunda Liga, mas acabei por optar pelo Estrela pela forma como me foi apresentado o projeto pela pessoa do presidente André Geraldes. No Estrela consegui encontrar uma linha orientadora. É difícil encontrar isto no futebol português. Nós vivemos única e exclusivamente de resultados. Sabemos para onde estamos a caminhar.

Bola na Rede: E para onde é que estão a caminhar?

Ricardo Chéu: O Estrela está a caminhar a passos largos para chegar à Primeira Liga, embora, neste momento, o nosso objetivo seja crescer enquanto equipa e solidificarmos a nossa posição nos campeonatos profissionais para, no futuro, podermos disputar outro espaço. Não existe a responsabilidade de subir o Estrela imediatamente. Existe uma ambição enorme e uma linha orientadora que queremos seguir, mas não pomos a subida como principal objetivo. O que tenho a certeza é que, o Estrela da Amadora estará de volta à Primeira Liga nos próximos anos.

Bola na Rede: E em termos de potencialização de jogadores?

Ricardo Chéu: No Estrela, isso está mais do que visível. Temos maioritariamente jogadores que não tinham experiência de campeonatos profissionais. Alguns dos jogadores que já tinham jogado na Segunda Liga, estão a aparecer melhor do que nunca agora. Temos jogadores como, por exemplo, o Diogo Pinto que no ano passado teve dificuldades em afirmar-se no UD Vilafranquense e que este ano é um jogador de destaque na Segunda Liga. É claramente dos melhores, se não o melhor jogador jovem desta Liga, tem um futuro brilhante. Temos o caso do Paulinho que há bem pouco tempo estava no distrital, e que, hoje em dia, é dos melhores marcadores da Segunda Liga. Podia falar de inúmeros jogadores jovens com um potencial enorme que estão neste plantel e que podem aparecer rapidamente ao mais alto nível em Portugal ou até lá fora.

Ricardo Chéu
Fonte: CF Estrela da Amadora

Bola na Rede: Não ter sido o mister a construir este plantel dificultou-lhe a tarefa na chegada ao clube?

Ricardo Chéu: Não dificultou. Fiz um estudo prévio individual e coletivo da equipa. Percebi que existiam jogadores que não estavam a jogar e que eu sabia que iam ter um papel importante na minha forma de jogar. Naturalmente, não dá para jogarem todos. Num plantel, existem sempre jogadores que vão jogar mais do que outros, mas isso não significa que os outros sejam menos importantes. Os que jogam menos ajudam a que a equipa cresça no processo de treino.

Bola na Rede: Com a velocidade do mercado, a partir do momento em que se recebe uma proposta de um clube, há tempo para analisar os jogadores e se é possível implementar a ideia do treinador naquela equipa? 

Ricardo Chéu: Quem estiver à espera de um projeto sem estudar essa possibilidade, está atrasado no futebol. Antes de vir para o Estrela da Amadora, tinha um conhecimento total daquilo que eram as minhas prioridades, quer das equipas da Primeira Liga, quer das equipas de Segunda Liga. Logo aí, tinha um conhecimento geral de todos os plantéis. Nós sabemos o tipo de perfil de jogador que existe em quase todas as equipas. Conhecemos 95% dos jogadores que estão neste nível. Existe sempre 5% que podem aparecer de patamares inferiores que são desconhecidos para nós, mas que acabamos rapidamente por identificá-los e perceber em que patamar estão. Acredito que o treinador tem que fazer essa preparação prévia. Não pode estar à espera única e exclusivamente que o telefone toque para ir para uma equipa e acreditar que apenas com a sua forma de liderar vai dar a volta ao processo. Tem de haver essa identificação com o plantel.

Bola na Rede: Através do mercado de jogadores livres, conseguiu adaptar o plantel um pouco mais às suas ideias?

Ricardo Chéu: Sim e mesmo com alguns jogadores que estavam aqui, mas a jogar noutras posições. Acabei por adaptá-los a uma forma diferente de ver o jogo. Temos o caso, por exemplo, do Mamadou Traoré que, no passado, foi um jogador que jogava como médio defensivo e que nos últimos anos estava a jogar como defesa-central. Ao fim e ao cabo, foi potenciar um jogador que é uma mais-valia na posição de médio defensivo. Acabou por acontecer esse reajuste. Olhámos para dentro e vimos o que os jogadores nos podiam dar noutras posições e noutras dinâmicas.

Francisco Grácio Martins
Francisco Grácio Martinshttp://www.bolanarede.pt
Em criança, recreava-se com a bola nos pés. Hoje, escreve sobre quem realmente faz magia com ela. Detém um incessante gosto por ouvir os protagonistas e uma grande curiosidade pelas histórias que contam. É licenciado em Jornalismo e Comunicação pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e frequenta o Mestrado em Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social.

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