– A gratidão ao Belenenses e os rasgados elogios a Jorge Jesus –
«Jorge Jesus foi o melhor treinador com quem trabalhei».
BnR: Como se desenrolou, então, essa mudança? Já conhecias o futebol português?
ER: Quando vim para Portugal, já conhecia o futebol português. Tive amigos que já tinham jogado cá e todos me disseram que era fácil para me adaptar. Enfim, correu muito bem mesmo! Para teres uma ideia, estou aqui hoje, tenho uma mulher portuguesa e os meus filhos estão cá. Então, a vinda para cá só pode ter sido muito boa, mesmo.
BnR: Chegaste a uma equipa estável e que ia participar na Liga Europa. Como é que defines esta experiência e como é que é ser treinado por Jorge Jesus?
ER: Vim para um clube maravilhoso! Não tenho nada a apontar, acolheu-me mesmo muito bem. Só tenho a agradecer. Só guardo boas recordações e tínhamos um grande treinador, que, para mim, foi o melhor treinador com quem trabalhei. Aprendi mesmo muito com Jorge Jesus. Ele conseguiu com que fizéssemos grandes jogos contra o Bayern Munique ou Real Madrid, por exemplo. No campeonato, se eu não me engano, tiraram-nos seis pontos e, mesmo assim, conseguimos ter uma grande prestação. Tínhamos um grupo muito forte com jogadores maravilhosos. Foi uma época muito boa e de grande aprendizagem. Poder ter jogado na Liga Europa, ao serviço do Belenenses, foi um motivo de orgulho.
BnR: Aproveitando que estamos a falar de Jorge Jesus, o que tens achado desta sua nova experiência no Flamengo? Achas que ele terá capacidade para ter sucesso?
ER: Eu acho que Jorge Jesus vai ter muito sucesso no Brasil. Costumo dizer a todos os meus amigos, que o meu único medo no Brasil é a imprensa, que é um pouco complicada. Vocês sabem… Os treinadores perdem lá dois ou três jogos e são logo mandados embora. E isso é muito por culpa da imprensa, que, na minha opinião, deixa muito a desejar. Eles nunca destacam o que é bom, só vêem o que é mau. O lema da imprensa brasileira passa apenas por noticiar o que é mau, porque é o que vende para eles. Portanto, esse é o meu único medo. Mas, ainda assim, tenho a certeza de que ele vai fazer um grande trabalho no Flamengo.
BnR: Foste também colega de Silas. Qual é a tua opinião sobre estas novas funções, enquanto treinador principal?
ER: O Silas… Não tenho palavras, ajudou-me muito no Belenenses e era o nosso capitão de equipa. Até estive com ele ontem e o que vejo nele é que também tem tudo para ser um grande treinador. Ja provou nas duas épocas em que esteve no Belenenses. É um técnico muito inteligente e que sabe montar muito bem as suas equipas. Também lhe disse que gostei de ver o esquema do Belenenses, quando jogaram contra nós. Vai ter uma carreira de muito sucesso e, olha, também aprendeu muito com Jorge Jesus (risos). Trabalhou muitos anos com ele e é aquilo de que falo: muitos dos que trabalharam com ele estão agora a optar pelas carreiras de treinadores. Todos eles sabem bem o que fazer quando pegam numa equipa. Tal como o José Pedro, que também esteve no Belenenses nessa altura, e agora é adjunto do Silas. Ambos têm tudo para conseguirem fazer uma carreira brilhante.
BnR: Foi, portanto, uma boa experiência no Belenenses?
ER: Nada a apontar. Foi uma grande experiência. Só depois é que tivemos umas confusões… O presidente mudou e o Jorge Jesus também saiu. Mas não tenho nada a apontar ao Belenenses porque foi a minha segunda casa. Foi maravilhoso!
BnR: Duas épocas depois, avanças para o FC Paços de Ferreira. Houve alguma coisa que falhou ou também foi uma experiência positiva?
ER: As coisas até nem correram mal. Eu estava a jogar, apesar de ser um grupo grande porque estávamos na Liga Europa. Fiz alguns jogos e depois surgiu uma proposta para ir para o Chipre, que era, em termos financeiros, muito melhor do que o que tinha no Paços de Ferreira. Acabei por decidir, juntamente com a minha família, que devia ir para lá. Acabei por aceitar, mas gostei muito de estar no Paços de Ferreira. É um clubezinho de cidade, mesmo. As pessoas que lá vivem adoram o clube e eu não tenho nada a apontar. Deram-me a oportunidade de vestir a sua camisola e fiz uma meia-época muito boa lá. O problema foram as questões financeiras, que acabaram por pesar no final.