A saída da formação, e as diferenças de 1989 para os dias de hoje
Nem todos os jogadores da fornada de 1989, porém, atingiram o nível do trio citado na página anterior. Entre eles Bizarro, que foi sucessivamente emprestado pelo Benfica, onde abandonara a formação – «o Benfica tinha 3 internacionais A – o Silvino, o Neno e o Bento -, e seria importante continuar a jogar, entretanto, foram buscar o Preud’Homme, que, na minha opinião, foi um dos melhores guarda-redes de todos os tempos a passar pelo nosso país» – até sair do clube, para depois passar por Marítimo, Espanha e terminar a carreira de jogador na Segunda Liga nacional.
Um percurso que pode parecer modesto mas que, porém, foi melhor do que alguns dos seus colegas –«tinham muito valor, mas não conseguiram vingar. Podia ter sido melhor, sim, mas também podia ter sido muito pior».
Afinal, os tempos eram outros, e o salto da formação para o “futebol dos crescidos” não era tão fácil – «as diferenças [para os dias de hoje] são enormes. Hoje, qualquer equipinha de infantis tem treinador de guarda-redes, e no meu tempo, só tive treinador de guarda-redes aos 16 anos, no Benfica.».
A “agravar” as diferenças, há o desenvolvimento das infra-estruturas e a enorme visibilidade, que não exisitia na altura «hoje existe o centro de estágio dos três grandes, e que a nível de condições de trabalho não tem nada a haver com o que havia na altura. Além disso, a visbilidade era muito menor. Hoje em dia, todos os dias temos jogos que dão na televisão, enquanto que na altura, só passava um jogo por semana, de um dos três grandes».
Ou seja, mesmo para Bizarro, um campeão do mundo de sub 20, com escola de FC Porto – «a palavra derrota não exisita naquela casa» – e Benfica – «tínhamos miúdos a pedir autógrafos no final dos treinos das camadas jovens» – a afirmação nunca seria fácil.