Sem sobressaltos | Diário do Mundial #14

    Depois de vários dias no Mundial 2022 com tantos episódios que ficarão, seguramente, nas páginas mais bonitas desta edição do Campeonato do Mundo por toda a emoção que vivemos, os primeiros jogos da fase a eliminar não tiveram surpresas e, acrescentamos, acabaram por não ter momentos em que os teoricamente favoritos tenham sido verdadeiramente “ameaçados” pelos seus adversários.

    No primeiro duelo do dia, estiveram em campo Países Baixos e Estados Unidos, sendo expectável a existência de equilíbrio, tendo em conta o percurso de ambos os conjuntos até então. Com posturas bem distintas, o jogo foi muito interessante, pois ninguém abdicou das suas ideias ainda que, no final, tenham sido os neerlandeses a sorrir com a vitória por 3-1.

    Para terminar o dia, não se esperava tanto equilíbrio, porém, como o futebol já nos provou vezes sem conta, a melhor opção será sempre não “meter as mãos no fogo” por ninguém. Apesar da vitória por 2-1 apontar para um triunfo dos favoritos, não deixa de ser importante realçar que, independentemente de vários momentos de muita qualidade da seleção bicampeã mundial, a Austrália foi um “osso bem duro de roer”, oferecendo sempre muita resistência aos seus adversários.

     

    O JOGO DO DIA

    Apesar de os Países Baixos serem considerados, pela maioria, os favoritos à vitória, havia vozes que apontavam os Estados Unidos como uma possível surpresa, baseando a sua opinião nas exibições menos atrativas da seleção neerlandesa e, pelo contrário, no futebol esteticamente mais vistoso que os norte-americanos apresentaram.

    Com ambas as equipas a serem fiéis a si mesmas, os Países Baixos voltaram a ser muito equilibrados, entregando, sem qualquer problema, a bola ao seu adversário e assumindo uma disciplina tática admirável, suportada pelo rigor posicional sem bola e, quando a tinham, apostando em saídas rápidas, mas com critério. Deste modo, foram extremamente difíceis de bater defensivamente e, ofensivamente, foram capazes de explorar a profundidade através de jogadas bem trabalhadas.

    Em relação aos Estados Unidos, como já foi dito, trabalharam em posse na maioria do tempo e, como tinha acontecido na fase de grupos, com qualidade, apostando no futebol associativo e sendo, inclusive, mais perigoso ofensivamente contudo, incapazes de materializar esse protagonismo com uma vitória.

    Ao analisarmos os momentos em que surgem os golos, também se torna evidente que a seleção de Louis van Gaal foi muito feliz, já que ganharam vantagem no marcador logo aos dez minutos e, no tempo adicional aos primeiros quarenta e cinco minutos, aumentaram a vantagem para dois golos. No regresso ao relvado, os Países Baixos voltaram a demonstrar que se sentem confortáveis a jogar na expectativa, entregando a bola ao adversário e investindo, essencialmente, na gestão da vantagem com recurso ao já abordado rigor posicional que limitava a mobilidade da maioria dos seus jogadores até que, aos setenta e seis minutos, os Estados Unidos reduzem a diferença no marcador. Se, perante este resultado, o apuramento podia estar ameaçado, a verdade é que, poucos minutos depois, Denzel Dumfries fez o terceiro, sentenciando a vitória na partida e, consequentemente, o apuramento para os “quartos”.

     

    A FIGURA DO DIA

    Denzel Dumfries, 26 anos, neerlandês e uma verdadeira locomotiva no lado direito da seleção dos Países Baixos. Rápido, com passada larga, possante, é forte, não só a assistir, como a aparecer em zonas de finalização com qualidade, tendo hoje participado em todos os golos da vitória a seleção laranja: nos dois primeiros assistiu e, no último, apareceu nas costas da defensiva estadunidense e rubricou o seu nome na lista dos goleadores desta partida.

     

    O FORA DE JOGO DO DIA

    Embora tenha tido boas intervenções ao longo da partida, Mathew Ryan cometeu um erro que, no futebol deste nível, costuma custar caro, tendo o guarda-redes australiano temporizado em demasia a posse, acabando por entregar a bola a Julián Álvarez que, rapidamente, a enviou para o fundo da baliza. Com este golo, a Argentina aumentou a sua diferença no marcador para dois golos quando já se jogava a segunda parte, tornando a tarefa dos “Sooceroos” de se manterem neste Mundial ainda mais complicada.

     

    A CURIOSIDADE DO DIA

    Com o apuramento de hoje, Louis van Gaal continua a alimentar o seu registo de invencibilidade em Campeonatos do Mundo, tendo sido o décimo primeiro jogo sem derrotas no tempo regulamentar, ou seja, o treinador neerlandês nunca foi derrotado durante os noventa minutos num Mundial.

     

    RESULTADOS

    OITAVOS-DE-FINAL

    Países Baixos 3-1 Estados Unidos

    Argentina 2-1 Austrália

     

    Artigo com a opinião de Orlando Esteves, comentador BnR TV.
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    Redação BnR
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