Não saias da frente, Guedes!

    Tribuna VIP do bola na rede sobre a eliminatória da Champions League

    Na segunda-feira tive oportunidade de fazer a narração de um grande jogo, o dérbi de Valencia, para a Eleven, que teve Gonçalo Guedes em destaque.

    Um encontro entre dois rivais da mesma cidade é sempre especial, ainda para mais quando o Levante precisa tanto de todos os pontos em disputa (ainda não venceu nesta LaLiga e já é o recordista de jornadas sem ganhar na prova: 26, contando com o final da época passada) e o Valencia continua a dar sinais de poder voltar a ser competitivo na luta por um lugar nas competições europeias da próxima época.

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    Os da casa estiveram a vencer, mas os visitantes fizeram uma extraordinária remontada. E isso aconteceu muito por culpa de um português que está a fazer uma temporada sensacional e que, acredito eu, não tem a devida atenção por parte dos analistas. Portugueses incluídos.

    Gonçalo Guedes, que tenho o privilégio de acompanhar há muitos anos, bisou em casa do rival da cidade e ainda somou a isso uma assistência, confirmando o fantástico momento que atravessa. São já seis golos, apenas menos dois da melhor marca (8) desde que chegou ao futebol profissional (Benfica B, Benfica, PSG e Valencia).

    Há alguns anos afirmei algo que na altura criou discussão, das boas, daquelas de quem gosta de futebol e não apenas do seu clube. Disse que, na minha opinião, Gonçalo Guedes era o jogador português que via como “substituto” natural de Cristiano Ronaldo como principal referência, nomeadamente ofensiva, do futebol português.

    A afirmação no Benfica depois de dar espetáculo na equipa B dos encarnados veio dar maiores possibilidades de acontecer o que previa. Seguiu-se a saída, talvez prematura (como tantas outras no nosso futebol, onde os euros falam mais alto que tudo o resto), para o PSG. Financeiramente vantajosa, com certeza, desportivamente nem tanto.

    Valencia foi o próximo passo. Acertado. Primeiro por empréstimo, encantou a afición do Mestalla e ganhou a alcunha de Ducati de Valencia. Exibições fantásticas fizeram dele o jogador mais caro da história do clube, que investiu 40 milhões de euros na sua contratação.

    Já houve altos e baixos, mas a chegada de Bordalás ao comando técnico do clube parece ter dado uma nova energia ao craque português Mais vezes utilizado no corredor central, onde na minha opinião é muito mais perigoso, mesmo quando joga à esquerda tem liberdade para pisar terrenos interiores. Bordalás entendeu Guedes. E Guedes talvez tenha entendido que pode, mesmo, ser a tal figura que apostei que poderia ser. É por isso que escrevo “Não saias da frente, Guedes!”. Este é, definitivamente, o caminho certo.

    O PASSADO DE GONÇALO GUEDES

    Um último dado, como curiosidade, que partilho convosco. Quando Gonçalo Guedes se estreou pela equipa principal do Benfica, aos 17 anos, na Covilhã, em Abril de 2014, num jogo da Taça de Portugal, a vida profissional levou-me até Santo Estevão, concelho de Benavente, para fazer uma reportagem junto da família do jovem que tinha acabado de cumprir um sonho.

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Os pais, naturalmente orgulhosos, receberam-nos, a mim e ao colega que estava comigo, de forma simpática e Rogério, o pai babado, fez-nos subir ao escritório, onde vimos recordações da ainda curta carreira de Gonçalo, sempre vestido de vermelho. Até que vem uma fotografia do primeiro torneio que jogou pelo clube que o formou. E deparo-me com um campo pelado, com caras conhecidas. Percebi naquele instante que esse primeiro torneio tinha sido organizado por mim, com o Vasco Antão, então meu colega de coordenação do futebol juvenil do CRD Arrudense, o simpático clube de Arruda dos Vinhos.

    Hoje, quase vinte anos depois desse torneio, escrevo sobre Gonçalo Guedes no Bola na Rede depois de vibrar com uma exibição de luxo no dérbi de Valencia, que narrei para a Eleven.

    Despeço-me com votos de um Feliz Natal e um excelente 2022 para todos. Sejam felizes e cuidem-se!

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    Pedro Castelo
    Pedro Castelohttp://www.bolanarede.pt
    Desde que se lembra de ser gente que gosta de futebol, mas sabe que se apaixonou a sério pelo jogo em 1994, com 12 anos. Romário liderava o Brasil à conquista do Mundial dos EUA e tornou-se no primeiro ídolo do Pedro Castelo. O “Baixinho” e Iniesta são os seus jogadores preferidos de sempre. Na área da comunicação social desde 1998, o Pedro Castelo é daquelas pessoas com dias que parecem ter mais de 24 horas. Na televisão, é narrador na Eleven e na ZAP (Angola e Moçambique). Na rádio, é coordenador da Rádio Voz de Alenquer e relata na TSF - Rádio Notícias. Na imprensa, também em Alenquer, coordena o jornal Nova Verdade. No online, relata em flashscore.pt.