Futebol | 2022 de A a Z

    Joelho: É um fenómeno que necessita de estudos e que tirou Alexia Putellas, a melhor jogadora de 2021/2022, do Europeu. A rotura de ligamento cruzado tem afetado cada vez mais jogadoras de futebol e ainda não há uma razão capaz de o explicar. Quanto a Putellas e, apesar do meio ano que esteve de fora (os primeiros meses de 2023 também não terão a sorte de a ter em campo) cimentou o lugar de melhor jogadora de futebol do mundo.

    Kylian Mbappé: Foi o protagonista da principal novela deste ano. Quando muitos jornais davam como certa a ida para o Real Madrid, o PSG com um golpe de teatro – nada barato, diga-se – segurou o francês em casa. Entre algumas polémicas à mistura continuou a marcar a diferença para os parisienses. Termina 2022 em grande forma após ser uma das figuras do Mundial.

    Lionel Messi: O génio voltou a aparecer. No início da temporada 2022/2023 ao serviço do PSG voltou a subir de rendimento e foi um dos melhores jogadores nos últimos meses do ano. A conquista do Mundial em que foi protagonista – sem Messi a Argentina certamente não seria campeã – elevou ainda mais o seu patamar. Continua a ter números do outro mundo, mas o jogo de Messi é sempre mais bonito quando se troca a calculadora pelos óculos. Basta olhar para o campo e ficar maravilhado com a poesia em movimento. Maradona estará certamente orgulhoso.

    Madrid: É uma cidade a dois ritmos. Ancelotti levou o Real Madrid à conquista do bicampeonato espanhol e voltou a levar os merengues à conquista da Liga dos Campeões. A campanha até à orelhuda é épica. Eliminou PSG, Chelsea e Manchester City em histórias improváveis e na final, com a ajuda de um super Courtois derrotou o Liverpool. No outro prato da balança da capital espanhola, o Atlético de Madrid foi eliminado da Liga dos Campeões em último lugar do grupo e a consistência defensiva que chegou a garantir resultados parece uma miragem longínqua.

    Nunes: Matheus Nunes é o responsável da primeira crise de Rúben Amorim no Sporting. Não foi uma crise a nível de resultados – embora pudessem ser melhores – ou de futebol jogado – embora haja ainda lacunas em certos momentos do jogo – mas sim ao nível da comunicação. Desde que chegou que Rubén Amorim acumulou funções de treinador e de diretor de comunicação dos leões, pela capacidade de defender os interesses do Sporting. A venda de Matheus Nunes, pelo timing e pelo discurso de Amorim – Tabata foi vendido para garantir a permanência do médio – foi a primeira discordância do técnico com a direção. 

    Oscar Gloukh: É um dos mais promissores talentos da geração israelita que se destacou no Euro Sub-19.  Destacou-se na liga local ao serviço do Maccabi Tel Aviv e foi o elemento mais desequilibrador da seleção num torneio onde garantiu o segundo lugar (e chegou a fazer tremer a Inglaterra). Além da seleção a manter debaixo de olho pensando em mais torneios de formação nos próximos tempos, Gloukh é jogador para acompanhar. Pela qualidade no passe e facilidade em procurar o remate é um médio ofensivo que deverá dar o salto.

    Pelé: Seria um espaço reservado para o Palmeiras, mas o fim do ano veio acompanhado de tristeza no que ao futebol diz respeito. Dois anos depois de Maradona partir foi a vez de Pelé subir ao altar dos Deuses. O Rei marcou uma era no futebol ao serviço do Santos e da Canarinha onde se sagrou tricampeão mundial. É acarinhado pelos dribles, remates e fintas irrepetíveis e quem o viu jogar ao vivo ainda hoje se lembra do pânico dos defesas ao ver Pelé na frente. Deixa as memórias futebolísticas, deixa bonitas compilações e deixa-nos o legado de um jogador que definiu muita da projeção que o futebol tem no globo. A Nigéria parou uma guerra para ver Pelé num ato que define a majestosidade do Rei. O futebol ficou mais pobre, mas os jogos do futebol no Céu ganharam um novo craque.

    Qatar: Em termos de futebol jogado o Mundial não desapontou, mas o Qatar não entra nesta lista pelo futebol – até porque teve uma participação tenebrosa para um país que se preparou tanto para o momento. É impossível deixar passar tudo o que marcou o fora de campo antes e durante o Mundial. Foram pelo menos 6500 migrantes que morreram na construção dos estádios e os que sobreviveram fizeram-no sob condições desumanas, num país que se aproveitou da pobreza e que manchou de sangue os alicerces do estádio. Os direitos humanos foram tornados subjetivos e a comunidade LGBT foi discriminada, impedida de ser livre e usada como marioneta dos poderosos. Durante o evento a liberdade de imprensa foi por várias vezes posta em causa com jornalistas a verem diretos impedidos e cortados. O futebol sempre foi política e ainda bem – as mãos na boca da seleção alemã comprovam-no. O problema está quando os senhores engravatados que o gerem se aproveitam dele para branquear crimes, violações de direitos humanos e regimes ditatoriais. O sportswashing não é novidade, mas nunca foi tão evidente e como agora.

    Roger Schmidt: É o homem que tratou de restaurar a confiança no universo benfiquista. A principal mudança deu-se ao nível da identidade. Hoje é simples definir a forma de jogar do Benfica, o que pretende dos jogos e há qualidade técnica que, estando bem enquadrada, oferece garantias de sucesso. Não dá garantias de sucesso, mas reconquistar a identidade é um passo importante. Por agora fica a campanha histórica na fase de grupos da Liga dos Campeões, a liderança invicta – até ao último jogo do ano – no campeonato e a valorização de jogadores como António Silva, Florentino, Enzo Fernández, Rafa ou João Mário.

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