Juventus FC 2-4 FC Internazionale Milano: Super Perisic castiga os bianconeri e oferece o troféu a Inzaghi

    A CRÓNICA: A TAÇA DE ITÁLIA É NERAZZURA APÓS 120 MINUTOS DE FOGO

    Num Estádio Olímpico de Roma vestido maravilhosamente, em festa e ocupado por 68 mil adeptos, o FC Internazionale Milano ganhou diante da Juventus FC, uma vez mais nesta temporada, conquistando a 75.ª Taça de Itália.

    O espetáculo estava prometido, e as duas contendentes não desiludiram as espectativas do público. A garra e a força mental de não desistir até o fim recompensou uma vez mais os nerazzurri que levaram o trofeu para Milão. Foram necessários 120 infinitos minutos para proclamar o novo dono da Taça de Itália, numa partida que foi literalmente cheia de emoções, ocasiões, golos, reviravoltas, e grande qualidade técnica expressas por parte de ambos os plantéis.

    A primeira fase da partida viu-se o Internazionale entrar muito mais afirmativo no jogo, gerindo lindamente a posse de bola e acertando ao primeiro tento de aproximação à baliza. O golo inaugural chegou aos seis minutos com Barella, que servido pelo Brozovic do lado esquerdo do limite da grande área, liberta um remate enrolado de precisão inexpugnável para Perin.

    A Juventus – entorpecida pelo golo sofrido – demorou a reagir, deixando que os primeiros vinte minutos fossem dominados pelo plantel de Inzaghi, que fez o que quis no centro campo.

    Tivemos que esperar até os 22 minutos para ver finalmente uma reação de carácter por parte da equipa de Allegri. Em pouco menos de dez minutos, Dybala defrontou três vezes Handanovic. que, com grande experiência e atenção, anulou os insidiosos tentos de La Joya.

    No final do primeiro tempo, foi evidente o crescimento da equipa de Turim, que andou ganhando mais espaços na área nerazzurra, e conseguindo criar ações de qualidade com as incursões de Bernardeschi e Dybala.

    No recomeço do jogo, a Juventus entrou em campo com um fulgor ofensivo impressionante, tanto que foram apenas suficientes sete minutos para revirar a situação. O golo do 1-1 passou pelos pés de Alex Sandro, que do limite da grande área, acompanha à boca da baliza para o golo do empate. Passam dois minutos, e a Juventus num grande contra-ataque conduzido por Dybala, acabaria por encontrar o golo do 2-1. Vlahovic teve de rematar duas vezes para ultrapassar Handanovic e dar vantagem aos de Turin.

    A resposta do Inter surgiu de pronto, começando a atacar com o intuito de recuperar a desvantagem e sem pensar muito na cobertura dos espaços.

    Aos 79 minutos, chega o episódio-chave: Bonucci atingiu Martinez na grande área e o arbitro concede a grande penalidade concretizada pelo Çalhanoglu. Após 90 intensos minutos de jogo, o resultado no marcador estava fixado no 2-2 e íamos a prolongamento.

    A força mental e a qualidade técnica de algumas individualidades da equipa de Inzaghi fizeram a diferença nos 30 minutos de prolongamento e o Inter conseguiu dar a volta à situação. No primeiro tempo de compensação de facto, aconteceu de tudo. Aos 99 minutos, De Ligt, ingenuamente, comete falta sobre De Vrij, concedendo mais um penálti concretizado por Perisic.

    É o croata, que realizou uma partida absolutamente monstruosa, que vai sacar “o coelho da cartola” aos 102 minutos. Grande assistência de Di Marco do fundo do campo que mete nos pés de Perisic o golo do 4-2. Dava-se a machadada final à Juventus, que estava incapaz, e compreensivelmente, de encontrar as forças necessárias para reagir.

    A final terminava com um 4-2 em favor do Inter, que após a Supertaça Italiana – conquistada frente à Juventus – leva para a casa o segundo trofeu da temporada, demostrando ser o conjunto mais forte.

     

    A FIGURA

    Ivan Perisic – Até aos 90 minutos, foi dificílimo escolher o protagonista desse jogo de loucos, vista a intensidade da partida e as boas prestações tanto do plantel nerazzuro que da equipa juventina. Foi no momento mais critico e intenso que o homem-chave do jogo ergueu-se sozinho: Ivan Perisic.

    Correu sem fim ao longo dos 120 minutos. Foi literalmente o líder do meio campo milanese e “matou” na velocidade, vezes sem fim, Cuadrado. Assumiu o peso de bater o penálti que deu a vantagem ao Inter, no momento mais delicado do encontro, e marcou o golo que deu a machadada final á Juventus. Monstruoso.

    O FORA DE JOGO

    Juan Cuadrado – Exibição pouco brilhante por parte do defesa da Juventus, que foi pouco incisivo no jogo. Ficou de todo imóvel diante o golo de Barella, nos primeiros minutos de jogo, e perdeu inúmeras vezes os duelos em velocidade com o Perisic. As suas incursões na lateral direita hoje quase não existiram. Muita pena, hoje não foi de todo a sua melhor noite.

    ANÁLISE TÁTICA – JUVENTUS FC

    Massimiliano Allegri orientou a equipa para um 4-4-2, optando para um meio-campo mais robusto do que o habitual, dando confiança ao Bernardeschi na lateral esquerda. O médio italiano, durante o encontro, desempenhou um grande trabalho de ajuda dos atacantes, conduzindo muitos contra-ataques perigosos – tanto na lateral como nas linhas centrais.

    Com o passar dos minutos, a defesa juventina virou para um eixo a três, com o Alex Sandro mais avançado a apoiar as descidas na lateral direita, e sobrepondo-se a Bernardeschi.

    Com a saída do Danilo quase no final do primeiro tempo devido a lesão, Allegri optou para a entrada de Alvaro Morata. Com o atacante espanhol, o esquema tático voltou para o 4-4-2, recuando Cuadrado na zona defensiva esquerda, e com Morata no mesmo lado a dar apoio ao meio-campo atrás das pontas-de-lance.

    No ataque Dybala e Vlahovic conseguir “conversar” por boa parte do tempo, tanto que o argentino criou sozinho três oportunidades só no primeiro tempo. No início, o sérvio ficou bastante isolado na parte de frente, e foram só as iniciativas do Bernardeschi a fazer de volante entre o ataque e o meio-campo juventino.

    Provavelmente nas várias transições táticas que vimos na turma de Allegri, o grande erro foi achar que o 2-1 era suficiente para levar a taça para casa. O treinador juventino meteu em campo Bonucci no lugar de Bernardeschi, assumindo uma posição claramente mais defensiva. Foi o próprio Bonucci a oferecer, num prato de prata, o penálti que deu novamente a vantagem ao Inter. Allegri devia ter sido mais corajoso e continuar a ter uma atitude mais ofensiva que defensiva, porque sabe que contra a Inter: “nunca se acaba verdadeiramente até o arbitro apitar”.

    11 INICIAL E PONTUAÇOES

    Perin (6)

    Danilo (5)

    De Ligt (6)

    Chiellini (8)

    Alex Sandro (5)

    Zakaria (5)

    Rabiot (6)

    Cuadrado (5)

    Dybala (7)

    Bernardeschi (7)

    Vlahovic (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Morata (7)

    Bonucci (5)

    Locatelli (5)

    Arthur (5)

    Pellegrini (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC INTERNAZIONALE MILANO

    Simone Inzaghi dispôs a equipa num 3-5-2 que se manteve para todo o tempo de jogo. A surpresa foi quando o treinador italiano preferiu como defesa esquerdo Danilo D’Ambrosio no lugar de Bastoni, e no meio-campo direito deu espaço a Darmian no lugar de Dumfries.

    No meio campo interista funcionaram sobretudo Barella, que conseguiu estar literalmente em cada lado do retângulo de jogo – e que com o Brozovic geriu lindamente a posse de bola -, e o Perisic, que “comeu” quilómetros na lateral direita, anulando de facto Cuadrado a cada descida.

    Na frente de ataque, figurou a mais que consolidada dupla Dzeko e Lautaro Martinez, que a ser honestos, hoje pouco fizeram na linha de frente, não tanto para culpa deles, mas porque o Chiellini, com 38 anos foi literalmente insuperável. O Inzaghi baralhou bem as cartas, no final do segundo tempo, metendo em campo Di Marco e Dumfries, que deram a puxada decisiva para o Inter encontrar a vantagem e revirar a situação.

    11 INICIAL E PONTUAÇOES

    Handanovic (7)

    Skriniar (6)

    De Vrij (7)

    D’Ambrosio  (6)

    Darmian (6)

    Barella (7)

    Brozovic (6)

    Calhanoglu (6)

    Perisic (8)

    Dzeko (5)

    Lautaro Martinez (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Di Marco (7)

    Dumfries (6)

    Correa (5)

    Vidal (6)

    Sanchez (-)

    Bastoni  (-)

     

    Rescaldo da opinião de Paola Amore.

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    Paola Amore
    Paola Amorehttp://www.bolanarede.pt
    A Paola nasceu e cresceu na Itália, mas há seis anos foi “adotada” por Lisboa, onde atualmente reside. Formou-se em Comunicação e Jornalismo na Sapienza - Universitá degli Studi di Roma, e atualmente está a tirar uma Pós-Graduação na Universidade Católica Portuguesa em Comunicação e Marketing de Conteúdos. Viu a sua primeira partida de futebol com seis anos e nunca mais parou, decidindo que um dia ia tornar jornalista de desporto, sonho que concretizou aos 21 anos, quando adquiri a sua carteira profissional. Adora ouvir os jogos de futebol no rádio, sobretudo Liga Serie A e Liga Portugal, e adora visceralmente o Alessandro Del Piero. É mais fácil encontrá-la em qualquer estádio ou pavilhão - porque também gosta de vólei e futsal – que não na sua casa!