VINICIUS JÚNIOR
Depois de começar a bailar, nunca mais quis parar. Continua a ser o malabarista que era no Brasil, capaz de arrancar em velocidade e de conquistar metros através do drible e, com Ancelotti, tem aperfeiçoado o remate. Cumpre os requisitos de um extremo moderno, com uma objetividade tremenda para procurar a melhor definição e o remate – que deixou de ser ponto fraco – não deixando de ser o Vini que, de sorriso na cara, brinca no Bernabéu como quem brinca nas ruas do Rio de Janeiro.
Tem tido um amadurecimento entusiasmante e a sinergia com Benzema é das mais poderosas nos dias que correm. Aproveitando a mobilidade do francês para atrair atenções e libertar espaços, as combinações entre os dois fazem espaços curtos parecer autênticas avenidas.
O Real Madrid procura revalidar o título espanhol e o título europeu. Ancelotti trouxe uma nova alegria ao jogar dos merengues que continuam a ter na Europa o teatro máximo das reviravoltas impossíveis. A estabilidade do clube da capital espanhola trouxe regularidade às exibições de Vinícius Júnior. Se continuar a bailar continuará a calar as críticas – profundamente mal-intencionadas – dos incapazes de ver nos relvados uma pista de dança para a arte dos pés. Porque, mesmo debaixo dos coros insultuosos, muitas vezes racistas, Vinícius – ou Vini da Malvadeza, para os apreciadores – responde com dribles e golos. Os fãs retribuem com sorrisos a cada maldade do brasileiro.