«Jorge Jesus abriu a porta para muitos profissionais de Portugal no Brasil» – Entrevista BnR com Sandro Orlandelli

    -Resposta rápida-

    «O melhor jogador que vi desenvolver, analisei e não tivemos a possibilidade de contratar, foi o Kaká, e depois o Sergio Aguero»

    BnR: Passou por Arsenal e United, dois clubes marcados por dois grandes treinadores. Qual o melhor para si: Ferguson ou Wenger?

    Sandro Orlandelli: É muito difícil dizer qual o melhor, são perfis muito diferentes. O Arsenal é vanguarda e o Manchester United é tradição. As duas são extremamente interessantes, trata-se de duas marcas gigantescas, é um privilégio trabalhar na Premier League, quanto mais nesses clubes. Seria injusto e desonesto dizer que clube é melhor, os dois são excelentes clubes, é muito difícil ter uma posição sobre o que é melhor ou pior, depende do momento em que se está no clube. O clube é feito pelas pessoas que trabalham lá, mas posso dizer que nos dois momentos fui muito feliz.

    BnR: Melhor jogador que viu?

    Sandro Orlandelli: Ele vem de uma era, de uma geração, que não conquistou troféus que proporcionaram destaques. Para mim foi o Zico, não tinha aquele toque mágico, mas era um jogador que conseguia ter a oportunidade de finalizar em qualquer situação. Eu não comparo o Zico com o Pelé, são diferentes perfis, mas o Zico fazia golos de cabeça, pés esquerdo e direito, dentro e fora da área. Ele fazia os passes que o Pogba faz agora. Se encontrasse uma equipa fechada, ele abria caminho para encontrar companheiros, e foi sempre consistente. Com respeito ao Maradona, ele oscilou muito com os fatores externos que aconteceram com ele. O Zico foi então o jogador mais magnífico que já vi.

    BnR: Jogador que descobriu e que deu mais nas vistas?

    Sandro Orlandelli: Depende em que sentido. Se foi o que vi desenvolver, analisei e não tivemos a possibilidade de contratar, foi o Kaká, e depois o Sergio Agüero. Foram jogadores que lutamos muito para contratar e não conseguimos.

    BnR: E o que contratou?

    Sandro Orlandelli: O Denilson chegou a destacar-se. O Carlos Vela é genial, mas a adaptação ao ambiente faltou, ao frio de Londres, também não fez questão de se adaptar.

    BnR: Maior promessa brasileira? E sul-americana?

    Sandro Orlandelli: Essa pergunta compromete-me, não posso responder, mas dentro do Red Bull Bragantino temos algumas promessas que podem ser destaques a nível mundial, pelo menos uns cinco, mas não te posso dizer o nome.

    BnR: O que acha dos jovens brasileiros que têm saído sem sequer jogar nas equipas seniores?

    Sandro Orlandelli: Vendo num contexto de potencial, de talento, nós temos uma matéria-prima muito rica no que é o jogador com boa relação com bola. No final de contas, o que faz diferença no clube é a qualidade técnica do jogador, podes ter a melhor estrutura e os jogadores mais comprometidos, mas se não houver qualidade técnica e tática, não tens sucesso. A Europa sabe que é no Brasil que estão esses jogadores e, mesmo pela desvalorização da moeda brasileira, acaba por ser uma transferência barata para os clubes europeus, mas têm de saber que é preciso adaptar o jogador. O Vinícius e o Rodrygo, no Real Madrid, vão dar certo.

    BnR: Acompanha o campeonato português? Qual o melhor brasileiro a atuar em Portugal?

    Sandro Orlandelli: Eu não acompanho o futebol português, mas é uma meta para mim. Vejamos os jogadores portugueses de que já falamos. Ainda para mais, depois do título europeu em 2016, Portugal é uma realidade, vem logo depois das cinco ligas principais da Europa.

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    Pedro Pinto Diniz
    Pedro Pinto Dinizhttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um apaixonado por desporto. Em cada linha, procura transmitir toda a sua paixão pelo desporto-rei, o futebol, e por todos os aspetos que o envolvem. O Pedro tem o objetivo de se tornar jornalista desportivo e tem no Bola na Rede o seu primeiro passo para o sucesso.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.