Em semana marcada pelo fantástico recorde mundial de Chris Coleman nos 60 metros (destronando uma marca com 20 anos), e em plena temporada de Pista Coberta, o nosso tema da semana aborda precisamente o Atletismo Indoor.
É comum que as modalidades que têm os maiores atrativos ao ar livre, sejam poucas vezes relembradas pelo Indoor. Ainda assim, nos últimos anos, tem-se visto alguns desportos, como o Ténis, a aproveitar as vantagens dos pavilhões e a ter eventos cada vez mais mobilizadores de massa. A maior de todas essas vantagens prende-se, obviamente, com a possibilidade de termos competições no Inverno em países onde de outra forma seria impossível a prática do desporto durante grande parte do ano. A temperatura dos pavilhões permite, também, condições ideais para a prática de certas disciplinas e existe um espírito mais amistoso entre todos os atletas e treinadores. Mas claro que há mais aspectos positivos: a proximidade do público é um deles e conseguimos ter ali ao nosso lado verdadeiras estrelas da modalidade sem a necessidade de vermos pelos binóculos, facilitando também o trabalho da imprensa, em especial no que diz respeito às transmissões televisivas.
No Atletismo de Pista Coberta, ainda que não tendo os holofotes do Outdoor, podemos dizer que existe uma relação saudável entre o Indoor e o Outdoor, sendo que os amantes da modalidade prestam quase tanta atenção a esta fase da temporada, como à fase ao ar livre (talvez porque o Atletismo tem um calendário profissional curto, comparado com outros desportos, o que faz com que estejamos sedentos de ver tudo).
As disciplinas, essas variam um pouco – principalmente pela especificidade dos pavilhões que se diferenciam da habitual pista de 400 metros – e isso, por vezes, acaba por confundir os fãs da modalidade. Por exemplo, os 100 metros são aqui substituídos pelos 60 metros (não há 100 metros Indoor) e o facto de ser uma corrida – ainda mais – de explosão limita os atletas mais altos, sendo aqui que os atletas dos sprints mais curtos concentram as suas atenções.
Depois, em grandes competições continentais ou mundiais, temos os 400 metros, os 800 e os 1500 metros, que contam, habitualmente, com quase todas as suas principais estrelas (Centrowitz é campeão mundial de Pista Coberta e olímpico ao ar livre nos 1500, por exemplo). A longa distância dos 5000 e 10000 é aqui substituída apenas pelos 3000 metros, o que dá alguma vantagem a corredores que gostam de distâncias mais curtas e a quem pretende fazer a transição dos 1500 para os 5000 metros. Genzebe Dibaba é um desses maiores exemplos e todos sabemos da importância que a mesma dá à Pista Coberta, onde possui os recordes mundiais dos 1500 e dos 3000, além de 3 outros recordes de provas menos corridas no Indoor – a milha, os 2000 e os 5000 metros.