Commonwealth Games 2018: O Atletismo virado do avesso!

    A Jamaica não venceu uma única prova de velocidade sem barreiras. A Jamaica venceu os 3000 Metros Obstáculos. O Quénia não colocou um único atleta no pódio das Maratonas. O Uganda foi o país com mais vitórias na longa distância em pista. 

    Todas estas afirmações pareceriam mentira há pouco tempo atrás. Mas tornaram-se realidade e descrevem alguns dos momentos que marcaram estes jogos da Commonwealth. 

    Realizando-se na Gold Coast, na Austrália, a data escolhida para os campeonatos – Abril – impossibilitaria, à partida, a obtenção de grandes marcas. É o início da temporada Outdoor no Atletismo – aliás só em Maio arranca a Diamond League – não sendo propriamente a altura ideal para competições ao ar livre, como fizeram questão de relembrar algumas estrelas do nosso desporto, como Michael Johnson comentando os Jogos para a BBC inglesa. Ainda assim, as marcas superaram as melhores expectativas, sendo que foram quebrados 13 (!) recordes dos campeonatos. Tendo em conta que não é comum os campeonatos se realizarem tão cedo, dá para entender a relevância destes resultados. 

    Em termos individuais, o grande destaque dos campeonatos, o que ficará para a posteridade, será provavelmente um resultado que nem sequer foi recorde. Aisha Praught-Leer conquistou o Ouro para a Jamaica nos 3000 metros obstáculos, conquistando a primeira medalha da história jamaicana nesta distância, que sempre foi território dominado pelas quenianas. Como nota, refira-se que nas 2 últimas edições, o Quénia conquistou as 6 medalhas desta prova. Aisha nasceu nos Estados Unidos, é filha adoptiva de dois pais norte-americanos, mas o seu pai biológico é jamaicano, país que escolheu representar. Residindo nos EUA, Aisha é companheira de treinos de…Emma Coburn!

    Ela mesmo, a norte-americana que em Agosto também surpreendeu o mundo ao sagrar-se campeã mundial nesta mesma distância! A equipa parece ter descoberto a receita para bater as quenianas! 

    Mas nem tudo foram rosas para a Jamaica. Com o segundo lugar no medalheiro do Atletismo (atrás da Austrália), dos 7 Ouros nem um veio da velocidade sem barreiras a nível individual. Se com barreiras, Levy (nos 110) e Janieve Russell (400) trouxeram a ambicionada medalha, sem barreiras, Yohan Blake (Bronze), Elaine Thompson (4ª) ou Stephenie McPherson (Bronze) estiveram longe do esperado. Temos que recuar até 1994 para encontrar os últimos Jogos em que a Jamaica não venceu pelo menos uma prova individual de velocidade sem bareiras no feminino ou no masculino (100/200/400). Felizmente, como demos conta no nosso recente artigo – – o futuro parece bem promissor para a nação caribenha. 

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    Pedro Pires
    Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.