O 4.º dia dos Mundiais ficou marcado por três conquistas africanas (uma delas bastante inesperada) e três conquistas europeias. Os norte-americanos somaram cinco medalhas ao seu medalheiro, mas nenhuma delas foi de Ouro. A prova mais aguardada da noite deu-nos toda a emoção esperada, mas o melhor da noite terão sido os 5.000 metros e o Salto em Altura.
OS PORTUGUESES
Cátia Azevedo foi a única representante portuguesa no 4.º dia dos Campeonatos Mundiais e entrou em prova nos 400 metros quando ainda eram 18h20 locais (16h20 em Portugal). A portuguesa começou a prova bastante forte e os primeiros 300 metros correram de acordo com o plano, mas foi-se abaixo na parte final da prova e acabou por terminar na 5.ª posição da 1.ª série, com um tempo de 52.79, tendo sido a 40.ª entre 48 atletas.
Após a prova, a atleta disse que arriscou, entrou “bem na prova”, o que queria fazer “para não ir atrás do prejuízo”, mas reconhece que “na reta final” pagou mesmo “a fatura”. Cátia não se arrepende da sua estratégia e diz que “voltaria a fazer o mesmo porque quem não arrisca, não petisca”, embora confesse estar “desiludida” com o resultado, uma vez que queria “não só o apuramento para as semifinais, mas também o recorde nacional”. No final, a atleta afirmou que para a próxima época o seu “principal objetivo passa pelos Jogos Olímpicos” e que irá continuar a sua “aposta nos 400 metros, pelo menos, até aos Jogos”, deixando a porta aberta a outras possibilidades (como os 800…) para depois disso.
AS FINAIS DE HOJE
Os 400 metros barreiras masculinos eram a prova mais aguardada da noite e uma das mais – senão a mais – aguardadas destes Campeonatos. A prova foi fantástica, mas não se aproximou do recorde mundial, como muitos vaticinavam e isso deveu-se a um ritmo incrivelmente frenético imposto na parte inicial da mesma. Karsten Warholm (NOR) arrancou forte como é habitual – talvez demasiado forte – e quando entrou na reta da meta já tinha um avanço considerável sobre Rai Benjamin (USA), que foi o suficiente para conquistar a vitória, apesar dos dois estarem claramente em quebra.
Warholm terminou em 47.42s e Benjamin em 47.66s. Na 3ª posição, Abderrahman Samba (QAT) confirmou as suspeitas de que não se encontrava nas melhores condições físicas e nem sequer fez parte da luta pelo Ouro, relegando-se ao Bronze, em 48.03s. Kartsen Warholm repete a conquista mundial de Londres, mas desta vez com uma marca melhor e com uma concorrência mais temível.
Ajee Wilson (USA) era a absoluta favorita para a final dos 800 metros em Doha, uma vez que tem dominado totalmente a distância, depois da introdução da nova regulamentação de limitação de testosterona que tirou Caster Semenya (RSA) de cena. A norte-americana arrancou forte, impondo um ritmo alto, juntamente com Natoya Goule (JAM). Goule foi a primeira a quebrar e viria a terminar na 6.ª posição, não baixando dos dois minutos.
Já Ajee ainda se aguentou, mas a cerca de 150 metros começou a fraquejar e não conseguiu responder ao ataque de Halimah Nakaayi (UGA), que correu em 1:58.04, batendo recorde nacional do Uganda e um incrível título mundial para a atleta que, à entrada para estes Campeonatos, não trazia conquistas de relevo a nível internacional.
Wilson ainda seria ultrapassada na meta por Raevyn Rogers (USA), que alcançou a Prata em 1:58.18 (melhor marca do ano), sendo que Wilson fechou com o Bronze em 1:58.84. Cinco mulheres baixaram dos dois minutos.