Será a maldição finalmente quebrada? | Saltos de Esqui

    A ronda final arrancava, mas o maldito vento, esse mantinha toada semelhante à da primeira metade de jornada. Apesar das difíceis condições, dois nomes emergiriam no começo desse apronto derradeiro: o austríaco Daniel Tschofenig, que após efetuar um salto na casa dos 130m angariando apenas o 26.º registo averbaria uma segunda tentativa superior em três metros, conquistando assim o segundo melhor desempenho, de uma ainda curta carreira, a 17.ª posição. Assim como Lindvik, que após desapontar assinalando apenas 130.5m na primeira atuação, subiria oito postos concluindo em décimo depois de rubricar 134.5m.

    A sua liderança, virtual, duraria até que os melhores pontuados entraram em ação, altura em que o portão caiu para o 15 e o nórdico não resistiu! Foi então que todos os seguintes foram um pouco na onda do que haviam conseguido na primeira fase, até que o Samurai elevou o nível voando 140.5m no segundo registo, algo que o colocaria no segundo lugar, um posto adiante de Zajc com o esloveno a bacilar ligeiramente perdendo a possibilidade de levantar os braços pela segunda ocasião na carreira.

    Em quarto, comprovando toda a sua consistência e regularidade, ou não estivéssemos perante um helvético, ficaria Killian Peier que viu Hoerl fechar em quinto. Contudo quem somaria a segunda vitória da temporada, ao imitar Ryoyu em termos de distância alcançada seria Geiger revelando assim: astúcia, arte , engenho e confiança ao saber conviver salutarmente com os nervos, sagrando-se assim o detentor dos primeiros 100 pontos distribuídos no presente fim-de-semana, reforçando ainda mais a sua vantagem no topo do campeonato.

    A décima prova da temporada abriria com uma qualificação a realizar-se na manhã de domingo, com 69 inscritos, dos quais apurar-se-iam os melhores 50.

    Quem voltava a levar a melhor em eventos qualificativos era Ryoyu  Kubayashi, registando um salto de 134m, marca inferior em quatro metros à do caseiro Peier que era empurrado para a vice-liderança, devido a um resultado parco em termos técnicos e que viu a penalização correspondente ser-lhe atribuída.

    Em terceiro, assinando 135m finalizava Stoch. Ainda dentro dos cinco melhores saltos haveria lugar para a dupla alemã Eisenbichler e Geiger, com o mais cotado na atualidade a ficar-se apenas pela cifra dos 127m, bem longe da marca que lhe permitira   o triunfo na véspera! Kraft, Hoerl, Sadreev , Zajc e Schmid, seriam por esta ordem de classificação os restantes membros do Top dez da ronda. Anze Lanisek parecia querer voltar a sorrir anotando a 11.ª melhor marca, 133m.

    No entanto a grande surpresa pela positiva seria o estoniano Kevin Maltsev, que conseguiria 122m resgatando o 14.º posto, algo inédito para alguém oriundo de um país longe dos mais conceituados na modalidade.

    Os noruegueses Forfang e Lindvik ficariam bem aquém do esperado, sendo que teriam de melhorar substancialmente caso desejassem partir de férias de natal com um resultado de elevada valia.

    Kubacki e Wellinger conseguiriam, ainda que registando saltos bastante precários, lugar nos cinquenta melhores, objetivo igualmente atingido por Sergey Tkachenko, cazaque que repetia a gracinha da semana anterior e pelo romeno Daniel Andrei Cacina, que lograva assim apurar-se pela primeira vez para uma prova da Taça do Mundo de Saltos de Esqui após o ter conseguido em solo pátrio, em Rasnov na temporada transata. Fora do lote de qualificados, defraudando as espectativas ficariam Simon Ammann, Daniel Andre-Tande e os manos Sato.

    Era altura de assistirmos a duas palpitantes rondas, que deixariam a descoberto quem seria agraciado com o presente no sapatinho, a vitória!

    O vento mantinha a disposição do dia anterior, projetando os atletas rapidamente para o solo, visto soprar de cauda. Quem se revelava com maior capacidade para fazer face às condições, registando 136.5m no seu primeiro voo era o caseiro Peier que tentava que à segunda fosse definitivamente de vez!

    No entanto, a quatro décimas de ponto, encontrava-se o todo-terreno, Ryoyu Kubayashi, que anotara menos três metros, enquanto que distanciado dos dois da frente, a menos de um ponto percentual, militava o germânico Geiger, com o bávaro a assinalar uma primeira marca de 135m.

    O quarto posto ia sendo ocupado por Lindvik com 133m, quatro metros menos que o jovem de 19 anos Daniel Tschofenig, que já no sábado tinha estado a alto nível. De resto os austríacos pareciam estar a candidatar-se a um bom desempenho coletivo, visto que contavam ainda com Jan Hoerl e Daniel Huber nas posições seguintes. Klimov ia “descontando” 137m e ocupando o oitavo posto, sendo que  Paschke e Lanisek iam fechando os dez mais pontuados. Stoch 14.º classificado e Zyla um posto mais atrasado procurariam recuperar o tempo perdido tal como Granerud que fazia escassíssimos 122m, que lhe valiam o 22.º lugar.

    Kraft, Wellinger ou Forfang eram outros nomes que deixavam muito a desejar. Zajc e Johansson seriam os derradeiros saltadores a passar à segunda fase do evento, ronda que estaria desfalcada de nomes como os de Eisenbichler, Domen Prevc e Kubacki, que teima em manter a péssima forma.

    Visto que no grupo inicial de dez saltadores se constavam vários nomes sonantes seria sem surpresa que alguns desses mosqueteiros tentariam emendar a mão: Wellinger totalizando 131m concluiria no 18.º posto, um lugar atrás de Timi Zajc que rubricando 129.5m acabava por “salvar os móveis”!

    Contudo a “mobília” seria recuperada por Granerud que atuando perto do seu nível “vintage” , 138m no segundo salto ascenderia até à sexta posição. Ainda de referir o melhor resultado da temporada obtido pelo polaco Pavel Wasek, 19.º lugar, saltando dois metros para lá do filtro do K-Point na segunda aparição.

    Também pela positiva, somando o melhor resultado em duas temporadas ficaria o soviético Evgeniy Klimov, com o russo de Perm a conquistar uma mais que merecida quinta posição, beneficiando de um segundo registo de 135m. Ao contrário de Killian Peier, que “descarrilaria” e a grande velocidade no segundo salto, ficando-se somente pelos 131m perdendo assim de uma cajadada não só a vitória como também o pódio! Aí subiriam Marius Lindvik, assustando a concorrência com uma segunda marca de 138.5m garantindo o bronze. Geiger, arriscando o menos que pode optava por se resguardar, averbando apenas 131m capazes de lhe valerem a prata, enquanto que Ryoyu Kubayashi conquistaria a terceira vitória da temporada garantindo um serviço de 136m.

    Ainda digno de menção o décimo lugar de Tschofenig, melhor marca da carreira do praticante de apenas 19 anos.

    Fica tudo contado de mais um fim-de-semana de competições na Taça do Mundo de Saltos de Esqui, agora que teremos uma pausa, até ao reatar com o Torneio dos Quatro Trampolins a decorrer entre 29 de dezembro e 6 de janeiro.

    Quem chegará de amarelo a Oberstdorf, palco do início do mítico certame, será Karl Geiger contabilizando 594 pontos. Ryoyu Kubayashi segue na sua pegada com um prejuízo de 98 pontos face ao germânico, sendo que bem mais atrás em terceiro encontramos o atual campeão Halvor Egner Granerud com o norueguês a somar 361 pontos.

    Já sabe que o seu BNR acompanhará tudo sobre esse tradicional evento. Até lá fique bem, fique na nossa companhia!

    Foto de Capa: FIS Ski Jumping 

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.