Antevisão GP Áustria: nova ordem na F1 – veteranos atrás, “miúdos” na frente

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    A ANTEVISÃO: “SPRINT” MANTÉM ORDEM COMPETITIVA NA FRENTE

    Após um Grande Prémio da Grã-Bretanha de fortes emoções, que coroou um novo vencedor na Fórmula 1 (Carlos Sainz, Ferrari), a caravana do pináculo do desporto motorizado deslocava-se para mais uma corrida nas colinas da Estíria, na Áustria.

    Desta feita, com direito a Sprint no sábado, trazendo com isso mais uma oportunidade para a “onda laranja” de apoiantes de Max Verstappen (Red Bull) se fazerem ver e ouvir.

    Com o formato alternativo de fim de semana, a Qualificação teve lugar na sexta-feira e ditou a ordem da grelha para a corrida de mais curta duração. Esta, por sua vez, iria decidir a ordem final da grelha de domingo, onde o habitual número de pontos estaria em discussão.

    Lewis Hamilton George Russell GP áustria
    Fonte: F1

    O resultado da Qualificação na Áustria trouxe algumas surpresas. A maior terá sido, possivelmente, os acidentes pouco característicos que acabaram com as sessões de Lewis Hamilton e George Russell no Q3. Os dois pilotos da Mercedes perderam o controlo dos seus monolugares em duas curvas rápidas em pontos diferentes do traçado e perderam a hipótese de melhorar os seus tempos, alinhando em nono e quarto lugares, respectivamente.

    Outro piloto a sentir dificuldades na Qualificação foi Sergio “Checo” Pérez (Red Bull). O mexicano foi um dos muitos pilotos a ver invalidada uma volta rápida por exceder os limites de pista, e com a Q2 já terminada, Pérez ainda transitou para a sessão final, mas viu invalidada a volta do Q2 a posteriori. Após revisão do incidente, a FIA invalidou todas as voltas de Pérez no Q3 e a mais rápida do Q2, o que o atirou para 13.º na grelha. O seu colega de equipa, por outro lado, alinhou na pole position, seguido de muito perto na tabela de tempos pelos dois Ferraris de Charles Leclerc e Carlos Sainz.

    Posições definidas, seguimos então para o Sprint – corrida de 100 km na Áustria com vários motivos de interesse, assim, logo à partida. Ainda antes de os carros rolarem “a valer”, surgiram problemas. Múltiplos problemas. Primeiro, para Fernando Alonso (Alpine), cujos mecânicos aparentemente se terão esquecido de remover as coberturas de pneus e “assentar” o carro no asfalto a tempo da partida, atirando o espanhol para as boxes. Depois, já com quase todos os carros alinhados na grelha, o motor de Guanyu Zhou (Alfa Romeo) cedeu momentaneamente e levou ao abandono da partida original.

    Com as condições finalmente reunidas, mas com Alonso de fora, a partida, essa, correu melhor a Verstappen. O neerlandês conseguia fechar a porta aos dois Ferrari, que por sua vez acabavam a primeira volta a disputar aguerridamente o segundo lugar. Mais atrás, pião para Pierre Gasly (AlphaTauri) que caia para antepenúltimo após toque relativamente forte com Hamilton. Pérez, por seu turno, ia galgando posições, subindo de 13.º para oitavo ao fim da terceira volta, tal como Sebastian Vettel (Aston Martin) que passava de último na grelha para 14.º.

    Enquanto Pérez continuava a sua missão de recuperar lugares para a grelha de domingo, contacto entre Vettel e Alex Albon (Williams) à volta 11 atirava o alemão para 19.º e último na ordem dos pilotos ainda em pista. Na frente seguia ainda o trio composto por Verstappen e os dois Ferraris, agora cinco segundos à frente de Russell que ia conseguindo manter distância confortável para Pérez.

    Com cinco voltas até final do sprint na Áustria, luta emocionante entre os dois apelidos de maior nomeada da modalidade: Schumacher vs. Hamilton. O jovem alemão Mick (Haas) ia segurando o oitavo posto à frente do heptacampeão britânico apesar de várias ameaças em voltas consecutivas, para gáudio do público maioritariamente afecto a Verstappen.

    No entanto, à volta 21 de 23 Hamilton consegue finalmente passar Schumacher para ganhar um lugar à sua posição na grelha. Apesar disso, o dano estava feito: a Mercedes, que tal como a Haas parecia particularmente bem em ritmo de corrida neste traçado, tinha de se contentar com um quarto e oitavo lugares para a corrida principal de domingo.

    Bandeira de xadrez e nova vitória em Sprint para Max Verstappen, dando à equipa da casa mais uma vitória na Áustria. Atrás do Red Bull, os dois Ferraris de Leclerc e Sainz, seguidos por Russell e o rápido Sergio Pérez, que recuperava assim um total de oito posições. Contas feitas, mais oito pontos para a contabilidade do neerlandês e tudo igual na frente, por isso, à partida para o “prato principal”. No reverso da moeda, dia infrutífero para os “veteranos” Alonso, Vettel e Hamilton, que continuam com tudo por fazer no domingo. A corrida terá início às 14:00 de Portugal continental.

     

    EQUIPA A TER EM CONTA

    Haas F1 Team – Para além dos “suspeitos do costume”, a Haas parece a equipa com melhor afinação para os desafios do traçado “para/arranca” de Spielberg, atendendo à performance que demonstraram na corrida Sprint (sétimo e nono) e na Qualificação de sexta-feira (sexto e sétimo). Mick Schumacher, em particular, mostrou-se muito activo e eficaz na defesa aos ataques de Hamilton durante o Sprint, auxiliado pelo colega de equipa Kevin Magnussen que lhe ia “emprestando” o uso do DRS. Com uma estratégia de corrida bem planeada, mais uma pontuação dupla para a equipa americana pode muito bem estar no cardápio.

    PILOTO QUE PODERÁ SURPREENDER

    Fernando Alonso (Alpine) – A escolha, relativamente fácil, seria sempre entre o espanhol e Sebastian Vettel, pelo simples motivo de que os veteranos irão ambos alinhar na última linha da grelha à partida para o Grande Prémio. Atendendo ao desempenho demonstrado até agora por parte dos carros Alpine, e ao facto de que Alonso é conhecido por fazer render spints iniciais longos em pneus mais duros, é possível que vejamos o bicampeão envolvido na luta por lugares pontuáveis na segunda metade da corrida.

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    Carlos Eduardo Lopes
    Carlos Eduardo Lopeshttp://www.bolanarede.pt
    Concluída a licenciatura em Comunicação Social, o Carlos mudou-se para Londres em 2013, onde reside e trabalha desde então. Com um pai ex-piloto de ralis e um irmão no campeonato nacional de karts, o rumo profissional do Carlos foi também ele desaguar nas "águas rápidas" da Formula One Management, onde trabalhou cinco anos. Hoje é designer numa empresa de videojogos, mas ainda não consegue perder uma corrida (seja em quatro ou duas rodas).