GP Azerbaijão: Entretenimento finlandês

    De volta à Europa com o Grande Prémio do Azerbaijão. Tivemos corridas monótonas, aborrecidas, tivemos corridas em que o coração ficou aos pulos. Um pouco de tudo.

    No circuito citadino de Baku, começou com uma tampa de esgoto a voar e a estragar por completo o Williams de George Russel. Para quem diz que os carros da nova geração não são “bonitos nem interessantes”, faça este exercício. O Williams levantou uma tampa de cerca de 60kg com a força da sua aerodinâmica, impressionante. Primeira sessão de treinos livres cancelada, menos tempo em pista para os pilotos.

    Sexta-feira vimos Ferrari, e se vimos. Charles Leclerc dominou a seu belo prazer, e para o nosso prazer também. O cavalinho rampante bloqueava as duas primeiras posições, com Sebastian Vettel a ser segundo.

    Sábado, dia de qualificação. Pierre Gasly já se sabia que ia partir do pitlane porque falhou uma pesagem na sexta-feira. Três corridas muito aquém das expetativas, com esta penalização, não abonava muito a favor do francês. Mas, mesmo assim, rodou no Q1 e mostrou o que a Honda tinha preparado para Baku. Claro, que com a “ajuda” do cone de ar de Lance Stroll na longa reta da meta, Gasly fez o melhor tempo do Q1. No Q2, nem saiu da garagem, a pensar na corrida e na mecânica. E quando não poderia ser pior, os comissários repararam no fluxo de combustível do RB15 e este violava o limite de fluxo de combustível exigido que é de 100 kg por hora, ou seja, mais uma penalização. A Honda acabou por fazer uma mudança na eletrônica da unidade de potência para que na corrida nada acontece-se.

    Se na Williams a tampa de esgoto fez com que se tivesse que reconstruir o carro de Russell, a equipa britânica teve ainda mais trabalho quando Robert Kubica espetou o carro no muro da curva do castelo. Fim-de-semana duro para a histórica equipa que está a ter uma péssima época.

    https://twitter.com/F1/status/1122171066217107456

    Mas o choque veio no Q2, quando Charles Leclerc fez o mesmo que Kubica, na mesma curva e no mesmo muro. “Um erro estúpido” – admitiu o próprio. Assim, um dos candidatos à pole position ficou logo arredado. Na Q3, Valtteri Bottas brilhou e conquistou a primeira posição para a corrida de domingo, Lewis Hamilton foi segundo e Sebastian Vettel terceiro.

    Para quem achou que o fim-de-semana de Xangai tinha sido aborrecido, Baku mostrou ser uma surpresa e nem tínhamos chegado à corrida.

    Domingo de festa e tudo parecia bem. Bom arranque de Hamilton, mas Bottas conseguiu defender-se e continuou em primeiro. Mais atrás, Sergio Pérez, que partia de quinto conseguiu levar a melhor sobre Max Verstappen. Os McLarens Boys também travaram uma interessante batalha entre si. Do pitlane saíram Gasly, Robert Kubica e Kimi Raikkonen. O finlandês teve uma penalização devido à sua asa dianteira.

    Kimi Raikkonen partiu do pitlane e fez o que sabe melhor
    Fonte: Alfa Romeo Racing

    Mas quem brilhou no arranque foi o jovem monegasco Charles Leclerc. O piloto da Ferrari estava numa estratégia diferente dos seus adversários na frente. Leclerc calçou o Ferrari com pneus médios (aqueles com a banda amarela) e lá foi ele. Ultrapassou alguns na pista, outros nas boxes – os pilotos à sua frente tinham todos pneus macios (banda vermelha), esses não duravam tanto como os de Leclerc – e chegou à liderança. Daí só saiu na volta 31, depois dos seus oponentes, Bottas e Hamilton, calçarem o mesmo composto, e por terem pneus mais novos, claro que passaram Leclerc. Mais atrás, Sebastian Vettel nunca esteve confortável o suficiente para dar luta, simplesmente andou “a pastar” pela pista. Já Max Verstappen mostrou os pequenos melhoramentos do motor Honda, ao conseguir a melhor volta da corrida – volta esta que ficou para Charles Leclerc, pois no fim o piloto da Ferrari calçou pneus novos.

    No fim, a Mercedes voltou a dominar com os seus dois carros nas primeiras posições. Conclusão do dia: a Mercedes vem que não tem concorrência, então cria ela mesma. Os seus pilotos estão separados por um ponto, vantagem para Bottas, devido à volta rápida em Melbourne.

    Lembram-se do azarado Pierre Gasly? Ora, mais azarado foi quando teve que retirar o carro da corrida devido a uma falha no eixo de transmissão.

    Nota final para Kimi Raikkonen. Partiu do pitlane e levou o Alfa Romeo até ao décimo lugar, levando um ponto para casa. O “Iceman” volta a atacar.

    Foto de Capa: AMG F1 

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