GP Brasil: Um ano depois, as Flechas de Prata voltam a atingir o alvo

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    A CORRIDA: DÉRBI DE DEMOLIÇÃO NO INÍCIO DA PRIMEIRA VITÓRIA DE RUSSELL

    Brasil recebeu a penúltima etapa do Campeonato de Mundo de Fórmula 1. Uma pista com o mítico “S” de Senna, descidas, curvas muito apertadas seguidas de retas acentuadas. Uma pista conhecida por favorecer a habilidade do piloto, ao invés do carro. A Mercedes ocupava a primeira linha da grelha de partida, com George Russell a partir de primeiro, depois da vitória na “sprint race”. Hamilton beneficiou de uma penalização de cinco lugares que Sainz recebeu por causa da troca de motor, para arrancar do segundo lugar.

    Havia um certo suspense (mas não tanto como no México) no que à estratégia de pneus diz respeito. A escolha do arranque com pneus macios parecia óbvia depois do descalabro de Verstappen na corrida do sábado, mas tanto a Ferrari como a Alpine optaram por começar com médios. Apenas Alexander Albon começou a corrida com pneus duros.

    O arranque foi fantástico para a Mercedes, e em particular, para George Russell que abriu logo um espaço em relação à concorrência. A saída do “S” de Senna foi incólume, mas não tardou a que houvesse a primeira de 3 colisões nas primeiras voltas da corrida. Daniel Ricciardo tocou na traseira do carro de Kevin Magnussen, fazendo o Haas do dinamarquês entrar em peão. Terminou assim de forma inglória o fim de semana com pole histórica para Magnussen e para a Haas. O McLaren do australiano também abandonou.

    Bandeira amarela e Safety Car até ao fim da sexta volta. Na retoma da corrida, mais uma vez Russell acima do resto, mas com Max Verstappen a cruzar-se com Lewis Hamilton, levando a uma colisão entre os dois carros que resultou na ida bicampeão do Mundo às boxes, recebendo ainda uma penalização de 5 segundos. Hamilton continuou em pista sem qualquer sanção.

    Quem pestanejou depois do episódio entre Hamilton e Verstappen, perdeu uma colisão de Charles Leclerc no muro, depois de uma curva mais larga por parte de Lando Norris. Ainda assim, o monegasco também seguiu para as boxes e continuou na corrida. Norris recebeu uma penalização de 5 segundos.

    Verstappen parou, mudou a asa dianteira e para pneus médios. Russell abria para 2 segundos a vantagem em relação ao mexicano da Red Bull, sendo que ambos estavam com pneus macios. Carlos Sainz teve de ir à boxe por causa de um problema na conduta de arrefecimento dos travões, quando estava na terceira posição. Hamilton ia recuperando posições até chegar ao terceiro lugar.

    Neste momento, destacou-se uma informação contrária às previsões da Pirelli. Os pneus médios estavam a ficar muito desgastados, praticamente tão depressa como os macios, o que motivou nova paragem e novo conjunto destes últimos para Leclerc e Verstappen. Hamilton só foi à box na volta 29, ultrapassando mesmo a janela prevista (25 voltas) para a duração dos macios. Acabou por sair atrás de Sainz, Pérez e Russell. que voltava assim ao primeiro lugar perdido para o colega de equipa quando parou na box.

    Já dentro das últimas 30 voltas, parecia já evidente a primeira vitória da carreira de George Russell e a primeira da época para a Mercedes. Pérez estava mais voltado para a luta pelo segundo lugar com Sainz e Hamilton. O cidadão brasileiro honorárioacabou por ultrapassar o rival e por tornar mais realista uma dobradinha para os “flechas de prata”.

    Lando Norris abandonou na volta 52. Péssimo, mas péssimo dia para a McLaren que fica mais longe do quarto lugar nos construtores. Nenhum dos pilotos da McLaren acabou a corrida, algo inédito desde 2017. Sainz aproveitou o safety car virtual para voltar a parar, acabando a corrida nos pneus macios, pronto para tirar o lugar no pódio a Sergio Pérez.

    O final da corrida fica marcado pela luta entre a Ferrari e Pérez. Sainz e Leclerc colocaram-se em terceiro e quarto, respetivamente, a cerca de 7 voltas do final. Hamilton tenta quebrar a barreira do DRS para lutar pelo primeiro lugar, mas não consegue. Russell estava prestes a primeira corrida da carreira na Fórmula 1, numa exibição dominante, como um verdadeiro campeão.

    Campeonatos resolvidos, mas são sentidas picardias dentro da Red Bull.  Verstappen, de pneus macios, estava a terminar bem a corrida e Pérez com os médios, estava em quebra. O mexicano está a lutar com Leclerc pela segunda posição do campeonato e todos os pontos são decisivos. Ainda assim, a equipa deu a indicação a Verstappen para ultrapassar o colega, com vista a chegar ainda a Fernando Alonso e a Charles Leclerc.

    Na última volta, estava mais do que claro que o neerlandês não se ia chegar sequer ao piloto da Alpine e que a melhor solução para a equipa seria deixar Pérez recuperar a posição de Verstappen. O bicampeão do Mundo não aceitou a decisão, alegando ter já apresentado, no ano passado, as razões que tem para não ceder passagem aos colegas de equipa. Já, Sérgio Pérez afirmou que Verstappen só “mostra quem é realmente”.

    A Ferrari passou por uma situação semelhante, com Leclerc praticamente a suplicar à equipa para que Carlos Sainz lhe cedesse o terceiro lugar. A luta pelo segundo lugar do campeonato segue com Leclerc e Pérez empatados com 290 pontos. Tudo em aberto para o Grande Prémio de Abu Dhabi, no dia 20 de novembro (próximo domingo).

    Foto de Capa: Formula 1

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    Filipe Pereira
    Filipe Pereira
    Licenciado em Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o Filipe é apaixonado por política e desporto. Completamente cativado por ciclismo e wrestling, não perde a hipótese de acompanhar outras modalidades e de conhecer as histórias menos convencionais. Escreve com acordo ortográfico.