GP Japão: Começou com contornos de Spa, terminou com campeão

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    A CORRIDA: FESTEJOS CHEGARAM DE FORMA ANTICLIMÁTICA, MAS O NEERLANDÊS FOI MAIS UMA VEZ DOMINANTE EM ‘SPAZUKA’

    Max Verstappen partia da pole position para o Grande Prémio do Japão e tinha tudo na mão para se sagrar já hoje bicampeão do mundo de Fórmula 1. Mas as circunstâncias que levaram ao título tiveram vários capítulos. Durante o longo período de bandeira vermelha, todos faziam contas à distância que iria ser percorrida e ao número de pontos que os pilotos iam somar. No final de contas, todos os pontos foram afinal atribuídos, e Verstappen (já depois da sua entrevista), foi condecorado campeão, após uma penalização a Charles Leclerc.

    Começando pelo início, a corrida começou à hora certa (14 horas no Japão, 6 horas em Portugal), com água na pista. Aí, Verstappen quase perdia a liderança para Leclerc, mas conseguiu aguentar-se e manter-se na frente. Lance Stroll teve o melhor arranque da corrida e subiu de 18.º para 11.º na primeira volta. Do lado negativo, destaque imediato para Carlos Sainz, que perdeu o carro sozinho e ficou fora da corrida. Também Sebastian Vettel, que se tinha qualificado entre os dez primeiros, caiu mais para trás depois de embater em Fernando Alonso. Mas a direção de corrida interrompeu a prova com bandeira vermelha (apenas três voltas realizadas), com bastante água em pista e pouca visibilidade para os pilotos.

    Antes de passarmos para a segunda parte da corrida no Japão (que chegou duas horas e 20 minutos depois), importa falar de um procedimento de segurança que motivou a indignação de Pierre Gasly. Enquanto os pilotos ainda estavam em pista, alguns a tentar ainda disputar posições, e com pouca visibilidade, foi enviado um trator para a pista para remover o Ferrari de Carlos Sainz da pista. Gasly ficou compreensivelmente irritado com a situação, lembrando que uma situação parecida já levou à morte de Jules Bianchi há uns anos. Em 2022, parece que ainda não se aprendeu tudo o que se devia ter aprendido relativamente à segurança.

    Na segunda parte da corrida, iríamos ter uma partida atrás de safety car com todos os pilotos com pneus de chuva forte. Sebastian Vettel e Nicholas Latifi viram-se livres desses pneus assim que puderam, vindo logo para a box para colocar intermédios. Essa decisão fê-los lucrar imediatamente, com ambos a terminarem no top-10. Por outro lado, Mick Schumacher foi aquele que mais tempo o demorou a fazer, com a Haas à espera de novo safety car. Como tal não aconteceu, Schumacher perdeu bastante tempo e foi o último classificado.

    Na frente da corrida no Japão, Max Verstappen rapidamente mostrou que estava muitíssimo à frente da concorrência, cruzando a linha de meta com mais de 27 segundos de vantagem para Charles Leclerc. Leclerc, que teve imensas dificuldades com os pneus durante os 45 minutos de corrida, foi atacado no final por Sergio Pérez, com o monegasco a abusar dos limites (das regras e da própria pista) para manter a segunda posição, sendo por isso penalizado em cinco segundos. Tudo isto levou à confusão relativa ao título de Verstappen. Mas a corrida acabou por ter pontuação completa atribuída aos pilotos, levando à confirmação dos festejos, perante um próprio piloto da Red Bull que parecia ter dúvidas quanto à confirmação matemática do bicampeonato.

    Atrás do top-3, Esteban Ocon fez aquilo que Fernando Alonso lhe pedia no ano passado (defender como um leão) para manter Lewis Hamilton atrás de si, com o piloto da Alpine a terminar em quarto e o da Mercedes em quinto. Sebastian Vettel, beneficiando da prontidão com que mudou para pneus intermédios, terminou em sexto (excelente fim de semana na sua despedida de Suzuka), com uma vantagem de apenas 11 milésimos para Fernando Alonso, outro piloto que pode ficar satisfeito com a estratégia. O espanhol, que estava preso atrás de Vettel, parou para meter pneus intermédios novos, subindo do décimo para o sétimo lugar, quase roubando o sexto a Vettel.

    George Russell acabou por ser prejudicado por um double stack que a Mercedes fez quando trocou para pneus intermédios, perdendo tempo e posições. O britânico ainda foi conseguindo fazer boas ultrapassagens, mas não foi além do oitavo lugar. Nicholas Latifi, único piloto a tempo inteiro que ainda não tinha pontuado no campeonato este ano, beneficiou da mesma estratégia de Vettel para terminar em nono, à frente do McLaren de Lando Norris.

     

    PILOTO DO DIA

    Max Verstappen (Red Bull) – Estava preparado para destacar Sebastian Vettel neste espaço, mas é difícil passar por cima do bicampeão. A corrida de Verstappen no Japão não tem muita história, mas voltou a ser absolutamente dominante. Não merecia tanta confusão à volta da confirmação matemática do seu título, mas já era uma questão de tempo, e o piloto da Red Bull voltou a mostrar o porquê de ser, provavelmente e atualmente, o melhor piloto da grelha à chuva.

     

    DESILUSÃO DO DIA

    Mick Schumacher (Haas) – Com chuva, as estratégias das equipas iriam ter uma importância grande para determinar o resultado final. Acontece que a da Haas foi claramente a mais errada. O piloto alemão foi o último a parar para colocar pneus intermédios, com a sua equipa à espera de um safety car que os ajudasse, mas tal não aconteceu, condenando o piloto alemão (que não tem um lugar garantido em 2023) ao último lugar.

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    Bernardo Figueiredo
    Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
    O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.