Grande Prémio de Espanha: Mercedes, deixa os outros meninos brincar!

    A Mercedes de 2019 é tão forte, que faz lembrar aqueles miúdos que todos apanhamos num torneio de “bota fora” no FIFA. Miúdos que são tão bons, mas tão bons no jogo, que até chega a ser aborrecido, mas ainda assim, não consegues tirar os olhos do excelente trabalho que estão a fazer à tua frente.

    Isto foi uma pequena introdução para aquilo que já se começa a tornar óbvio, a Mercedes venceu o Grande Prémio de Espanha, com mais uma dobradinha, desta feita com Hamilton à frente de Valteri Bottas. O britânico começou no segundo lugar do grid, mas tal como na China, aproveitou o mau arranque de Bottas para se lançar para a frente, e não olhar para trás.

    Foi um fim de semana para esquecer para a equipa de Maranello. No Sábado qualificaram-se a cerca de 8 décimas de Bottas, um valor gigante, e após um arranque fantástico de Vettel, onde chegou à primeira curva lado a lado com os Mercedes, mas bloqueou as rodas, e viu dois carros cinzentos e um Red Bull a afastar-se na distância.

    Esta imagem está a tornar-se habitual, Mercedes na frente, o resto atrás
    Fonte: Mercedes AMG Petronas

    Enquanto Hamilton criava uma vantagem segura para o colega de equipa, e Verstappen perseguia de perto, a Ferrari deixou mais uma vez que os seus dois pilotos tropeçassem um no outro. Após danificar os pneus no bloqueio do princípio da corrida, Vettel não era capaz de perseguir Verstappen, e Leclerc, rapidamente se aproximou da traseira do alemão, e sendo Barcelona uma pista muito difícil para ultrapassagens, por aí ficou durante cinco voltas até a equipa tomar a decisão lógica de mandar Vettel abrandar para Leclerc passar. Pelo menos nenhum dos dois ficou a perder, pois mais à frente na corrida aconteceu exatamente o mesmo, mas com ordem diferente, Vettel era mais rápido, com Leclerc na frente, e mais uma vez, os estrategas da equipa italiana, deviam estar a dormir, pois só cinco voltas depois é que mandaram Leclerc sair da frente, para não arruinar a estratégia de Vettel.

    A corrida não era propriamente entusiasmante, parecendo mais uma procissão, mas no meio da tabela, Kvyat e Sainz lá iam fazendo umas ultrapassagens bem interessantes e ganhando posições, até que numa batalha entre Norris e Lance Stroll, os dois chocam, com o britânico a ser demasiado insistente em ultrapassar e Stroll a ser agressivo a defender. Isto soltou o Safety Car, e parecia que as coisas iam apimentar um pouco.

    Era só fogo de vista, após o Safety Car, o momento mais entusiasmante foi a batalha entre os colegas da equipa da Haas, que quase terminava em desastre, sendo Magnussen o vencedor desta feita.

    Minutos depois ficou confirmada a dobradinha para a Mercedes, com mais uma demonstração de superioridade avassaladora pelos “Flechas de Prata”. Desta vez foi Hamilton, que ainda acrescentou o ponto de volta mais rápida. Em segundo ficou Bottas, mais uma vez muito forte, mas sem conseguir acompanhar o seu colega de equipa, e a fechar o pódio Verstappen com mais uma corrida muito madura, tivesse ele começado assim no ano passado…

    Seguiam-se os dois Ferrari de Vettel e Leclerc, em quarto e quinto respetivamente, com Gasly em sexto, o que é melhor, mas ainda muito atrás do seu colega de equipa da Red Bull. A Haas voltou às boas performances, com Magnussen em sétimo, seguido de Carlos Sainz, que teve uma boa corrida em frente aos seus compatriotas, mais Kvyat em nono e Grosjean a fechar o top dez.

    Neste momento, o campeonato parece dado à Mercedes. A Ferrari está mal, o carro tem um comportamento muito mau nas curvas mais lentas, e começa a parecer que no Mónaco, uma pista onde geralmente são superiores à Mercedes, que vão ter mais um dia sofrível, longe da vitória.

    Piloto do dia: Max Verstappen

    Velocidade e consistência, receita à campeão
    Fonte: Formula 1

    A escolha de hoje foi difícil, tendo em conta que não houve ninguém que se destacasse imenso nesta corrida. Hamilton dominou de início ao fim, o que dá trabalho, mas com um carro como o que ele tem debaixo dele, esse trabalho fica muito facilitado. Daí a escolha de Verstappen, não foi uma corrida de loucos, onde fez 30 mil ultrapassagens, penso que só fez uma e foi na primeira volta a Vettel, mas foi uma ultrapassagem importantíssima. Max Verstappen está a mostrar todo o potencial que nós queríamos ver, juntando a velocidade que já conhecemos, a uma inteligência e consistência ao nível dos melhores, um excelente início de época para o belga, que mesmo com um carro inferior à Mercedes, nunca esteve muito longe dos dois pilotos da frente. Sim senhor Max, finalmente estás um homenzinho.

    Foto de Capa: Mercedes Amg Petronas

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    Luís Manuel Barros
    Luís Manuel Barros
    O Luís tem 21 anos e é de Marco de Canavezes, tem em si uma paixão por automobilismo desde muito novo quando via o Schumacher num carro vermelho a dominar todas as pistas por esse mundo fora. Esse amor pelas 4 rodas é partilhado com o gosto por Wrestling que voltou a acompanhar religiosamente desde 2016.                                                                                                                                                 O Luís escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.