GP Hungria: Hoje os holofotes viram-se para ti, Esteban

    A CORRIDA: CAOS NA PRIMEIRA VOLTA PROPORCIONOU UMA PROVA MEMORÁVEL DO INÍCIO AO FIM

    Concluída a qualificação para o Grande Prémio da Hungria, discutia-se até que ponto a Mercedes partia em vantagem sobre a Red Bull, por ter dois pilotos na fila da frente e por começar com pneus que durariam mais voltas e que permitiriam à equipa efetuar as suas paragens mais tarde. Chegados à primeira volta e a um determinado incidente, nada disso importava. Esteban Ocon (Alpine) foi o vencedor de uma corrida memorável no Hungaroring, com Sebastian Vettel (Aston Martin) e Lewis Hamilton (Mercedes) a completarem o pódio.

    Com a chuva a invadir a pista húngara a poucos minutos do arranque, cinco pilotos foram eliminados da corrida logo no início. O Mercedes de Valtteri Bottas partia em segundo, mas teve um arranque horrível, falhando depois a travagem e despenhando-se no McLaren de Lando Norris, atingindo também o Red Bull de Sergio Pérez, enquanto Norris foi embater no outro Red Bull de Max Verstappen. Mais atrás, Lance Stroll (Aston Martin) também falhou a travagem e bateu no Ferrari de Charles Leclerc, levando o McLaren de Daniel Ricciardo a fazer um pião. Parecia bowling em vez de Fórmula 1 e Bottas, Pérez, Norris, Stroll e Leclerc abandonaram a corrida, que esteve interrompida em situação de bandeira vermelha.


    Hamilton tinha escapado a todos estes incidentes, mas a Mercedes avaliou mal as condições da pista para o reinício, mantendo o britânico com pneus intermédios, com todos os outros pilotos ainda em prova a pararem para colocar pneus de pista seca (médios, neste caso). Hamilton foi forçado a parar uma volta depois e caiu para último.

    Isso permitiu a Esteban Ocon passar para a frente do Grande Prémio da Hungria e começar a sonhar com uma vitória que viria mesmo a alcançar, conseguindo liderar durante quase todas as 70 voltas da corrida, mantendo Sebastian Vettel atrás de si, apesar dos melhores esforços do alemão. Lewis Hamilton, apesar de tudo, conseguiu uma fantástica recuperação, subindo de 14.º para o terceiro lugar com uma estratégia de duas paragens. Verstappen, com o carro danificado depois da primeira volta, só conseguiu ser décimo, e é Hamilton que vai para a pausa de verão no primeiro lugar do campeonato.

    Carlos Sainz (Ferrari), que foi terceiro durante muito tempo, teve de se contentar com o quarto lugar, perdendo para Hamilton a três voltas do fim. E por falar em perder para Hamilton, Esteban Ocon bem pode agradecer ao seu colega de equipa da Alpine. Fernando Alonso fez um excelente trabalho a segurar Hamilton atrás de si durante várias voltas, impedindo que o britânico chegasse à luta pela vitória. O espanhol acabou no quinto lugar, mas foi eleito piloto do dia, cumprimentando efusivamente o vencedor da corrida depois da mesma.


    Seguiram-se os dois AlphaTauri, com Pierre Gasly à frente de Yuki Tsunoda, seguidos dos dois Williams. Sim, depois de terem pontuado pela última vez no GP da Alemanha de 2019, a equipa voltou a fazê-lo, desta vez com os dois pilotos (Nicholas Latifi oitavo depois de ter chegado a estar em terceiro e George Russell em nono). Verstappen fechou os pontos, num dia amargo para a Red Bull com a já referida perda da liderança do campeonato de pilotos, mas também de construtores.


    A Fórmula 1 vai agora para a sua pausa de verão, voltando no último fim de semana de agosto para o Grande Prémio da Bélgica (Bottas já sabe que terá uma penalização de cinco lugares para essa prova, depois do caos provocado na primeira volta). E num ano em que Hamilton e Verstappen são os principais candidatos ao título, hoje os holofotes viraram-se para outros pilotos, e para um piloto em particular. No fim da última corrida da primeira metade, Esteban Ocon entra na categoria dos vencedores de corridas de Fórmula 1.

     

    Foto de Capa: F1

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    Bernardo Figueiredo
    Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
    O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.