Pela primeira vez em vários anos, parecia que a equipa alemã seria destronada, que a Ferrari ia pegar no bom trabalho dos anos anteriores, corrigir os erros, e competir cara a cara com a Mercedes. A versão simples é que estávamos completamente enganados.
A Mercedes fez algo muito estranho em 2019. Geralmente as equipas começam o ano com uma versão básica do carro, que vai sendo melhorada ao longo da época. Mas a Mercedes não é uma equipa normal, eles começaram o ano, com a melhor versão possível do carro deles, sendo que até ao Canadá, este ano parecia uma repetição de 2016, em que a Mercedes ganhou todas as corridas menos duas.
Basicamente, nas oito primeiras corridas, a Mercedes ganhou todas, conseguindo uma dobradinha em seis delas. Nas corridas seguintes, a Ferrari e a Red Bull ainda responderam, particularmente a Ferrari na segunda metade do ano, mas este domínio inicial marcou este ano, e mostrou que em Brackley, por muito que se ganhe, nunca se relaxa.
Por muito que digam que a Mercedes em anos anteriores só venceu porque a Ferrari tropeçava em estratégias e os seus pilotos gostavam de fazer “donuts” em plena corrida, isso não é uma crítica, é um elogio, porque em seis anos, contam-se pelos dedos de uma mão a quantidade de vezes que os mesmos erros aconteceram na Mercedes. O facto de se ser o melhor vai-se sempre ser odiado, e vamos sempre querer mudança, mas isso não significa que se possa tirar o mérito à quase perfeição do trabalho de quem vence consistentemente.
Eu sou uma pessoa que adora desportos competitivos, e acima de tudo, sou uma pessoa esperançosa. No caso da Fórmula 1, digo sempre que no próximo ano será uma equipa diferente a vencer, mas honestamente, acho que 2020 vai cair outra vez no colo da Mercedes e de Lewis Hamilton. Porque não há ninguém melhor, não há um piloto mais completo que Lewis Hamilton, não há uma equipa que funcione tão bem em todas as vertentes como a Mercedes.
Neste momento, não existe, na Fórmula 1, pura e simplesmente, e todo este trabalho genial de perfeição germânica, foi o que resultou nestes 6 anos de hegemonia.
Foto de Capa: Mercedes AMG Petronas
artigo revisto por: Ana Ferreira