Mick não é Michael…

    No mundo do desporto motorizado, um apelido pode ter um peso exorbitante sobre um piloto. Entre Senna, Hill, Rosberg, Villeneuve, Piquet e Fittipaldi, há um apelido que se destaca na pressão que cria sobre quem o carrega, e esse apelido é Schumacher.

    Na Fórmula 1, o homem com esse nome é dono de 91 vitórias, 155 pódios, 68 pole positions, e acima de tudo, sete campeonatos mundiais. Claro está, que falo de Michael Schumacher, uma lenda que daria muito pano para mangas no que toca a um artigo sobre Fórmula 1, mas hoje, o foco não está nele, está no seu filho, Mick Schumacher.

    Primeira vitória da época na Hungria.
    Fonte: Formula 2

    O jovem alemão, campeão de Fórmula 3 em 2018, é piloto da Prema Racing na Fórmula 2, onde se encontra na 11ª posição do campeonato, tendo conseguido recentemente na Hungria, o seu primeiro pódio e vitória.  Sendo a Fórmula 2 um campeonato onde os carros são todos semelhantes, o problema não estará no carro, e tenho sérias dúvidas que o mesmo esteja na equipa, aqui o problema talvez seja mesmo o piloto.

    Não digo com isto que ele seja mau piloto, de todo, é mais do que capaz, não se ganha um campeonato de Fórmula 3 à toa, mas já deu para perceber que precisa de tempo para se adaptar, e que não consegue dar o salto de imediato como um Charles Leclerc ou um George Russel. Ele demorou até metade da sua segunda época na Fórmula 3 para mostrar o que vale, e ser campeão, e no mundo de hoje em dia, em que um caloiro tem de chegar pronto à Formula 1, isso pode prejudicá-lo imenso.

    Talvez com a recente vitória na Hungria consiga um conjunto de bons resultados, tal como fez no ano passado, mas para ser um piloto do nível da Fórmula 1, precisa de muito mais consistência. Nisso ele tem uma excelente escola para o ajudar nesse crescimento, a Academia de Pilotos da Ferrari, onde entrou antes do início desta época, e já lhe deu a oportunidade de conduzir o carro da Ferrari (SF90) nos testes do Bahrain.

    Uma época com mais baixos do que altos em 2019.
    Fonte: Formula 2

    E isto leva-me ao ponto mais importante deste artigo, ao facto de o nome o estar a colocar num pedestal que infelizmente ele não atingirá. Por fazer um bom tempo nesses testes, os media atiraram logo ao ar comparações com Michael Schumacher, alguns rumores absurdos de que havia a possibilidade de ele substituir Sebastian Vettel. Esse tipo de opinião foi ficando mais silenciosa, até o rapaz conduzir o F2004 onde o seu pai foi campeão pela sétima e última vez, e muitos decidiram tornar um momento de homenagem numa premonição, de que Mick Schumacher irá para a Ferrari, e honestamente, é pouco provável que isso aconteça. Para a Alfa Romeo ou Haas? Acredito mesmo que sim, mas duvido que vista a farda vermelha tal como o seu pai, e há uma razão simples para isto, Mick não é Michael.

    Ele é bom, mas estão a colocar num rapaz de 20 anos o fardo de chegar ao nível do seu pai que é um do melhoress, senão o melhor piloto da história. E muito dificilmente o fará, o teto de Mick Schumacher está mais perto de um Ralph Schumacher (seu tio) do que do seu pai, e nem sei se será tão alto.

    Mas vou dar o beneficio da dúvida, eu não sei o futuro, ninguém sabe, e se ele descobrir algo mais dentro dele, quem sabe, daqui a uns anos estará a levantar troféus com o ‘Cavalino Rampante’ ao peito, mas até lá, deixem o rapaz crescer como piloto sem que o nome Schumacher se torne uma assombração.

    Um vislumbre do futuro? Talvez, mas vai ser muito difícil.
    Fonte: Scuderia Ferrari

    Foto De Capa: Scuderia Ferrari

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    Luís Manuel Barros
    Luís Manuel Barros
    O Luís tem 21 anos e é de Marco de Canavezes, tem em si uma paixão por automobilismo desde muito novo quando via o Schumacher num carro vermelho a dominar todas as pistas por esse mundo fora. Esse amor pelas 4 rodas é partilhado com o gosto por Wrestling que voltou a acompanhar religiosamente desde 2016.                                                                                                                                                 O Luís escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.