É preciso recuar até 2001 para encontrar um finlandês a vencer o Rali de Portugal. Tommi Mäkinen foi o vencedor daquela que viria a ser a despedida do WRC de Portugal e do norte do país até 2015. Latvala foi o grande vencedor deste ano tendo batido Ogier por 8.2s, uma margem muito pequena que mostra a competitividade da prova.
Margem pequena que mostra que se não fosse o facto de Ogier ter aberto (os pilotos em rali2 por vezes saíam à sua frente) a estrada todos os dias muito provavelmente teria vencido a prova. Este é mesmo o tema de maior polémica tendo o francês dito logo após o rali que “muita gente ficou contente com este rali porque é aborrecido quando o melhor ganha sempre”, palavras fortes apontadas à FIA, pois com as novas regras o líder do campeonato é que abre a estrada, algo que faz perder alguns segundos por PEC.
Apesar de não ser grande fã do francês, é preciso dar-lhe razão neste aspecto, pois assim o melhor é sempre prejudicado e tira um pouco de brilho à competição. O sistema adotado no ERC (Europeu de ralis) e que curiosamente começou no WRC é mais justo. Para quem não sabe, este sistema consiste numa qualificação na manhã antes do início do rali e em que do mais rápido para o mais lento vão escolhendo a sua posição de saída. Depois, ao segundo e terceiro dia de prova a ordem de partida dos 5 ou 10 (esta escolha cabe à organização da prova) primeiros é a inversa à da classificação.
Mas voltando ao rali de Portugal, a Volkswagen voltou a meter os seus três pilotos no pódio, pois Mikkelsen ficou em terceiro. A marca alemã mais uma vez mostrou que tem o melhor carro do mundial, pois em Portugal quer a Ford quer a Citroen apresentavam evoluções nos seus carros.
No WRC2 o grande destaque foi para a estreia do Skoda Fabia R5. O carro checo não venceu, mas ficou com as duas posições mais baixas do pódio e mostrou a qualidade que já todos esperávamos. Nesta categoria o vencedor foi Nasser Al-Attyah num Ford Fiesta RRC. No WRC3 e JWRC o vencedor foi Quentin Gilbert num Citroen DS3 R3T MAX e na Drive Dmack Cup o vencedor Max Vatanen num Fiesta R2.
Fora de competição mas com interesse o melhor português foi Miguel Campos num Fiesta R5, que ficou em 20º. A completar o pódio ficaram Miguel Jorge Barbosa (23º) e Elias Barros (48º), ambos com carro igual ao vencedor entre os portugueses.
O público, que a organização diz ter correspondido a 2 milhões, era o maior medo da organização, mas esteve exemplar no seu comportamento, o que é sempre de salutar depois de tantos medos.
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Foto de Capa: Facebook Oficial Jari-Matti Latvala