
Fonte: sulinformacao.pt
Começando pelas quads – única categoria sem portugueses –, o grande candidato é Marcos Patronelli. Este argentino ganhou em 2010 e 2013, e ficou em segundo na edição de 2012. Nos 41 concorrentes desta categoria, que se disputa desde 2009, existem mais alguns corredores com possibilidade de vitória, embora improvável, tal o conhecimento e experiência do argentino. O chileno Ignacio Casele, o polaco Rafal Sonic e o holandês Sebastian Husseini são os outros favoritos, mas com uma luta mais provável pelo pódio.
Passo agora para os camiões, desta vez sem Elisabete Jacinto, por estar presente a participar na África Eco Race (uma prova semelhante ao Dakar original).

Fonte: redbull.co.uk
Nesta categoria, é esperado que os russos dominem, quer por pilotos quer por camiões (Kamaz). Eduard Nikolaev é o grande candidato à vitória, depois de já ter vencido no ano passado. Ayrat Mardeev será – provavelmente – o único piloto que pode impedir o triunfo de Nikolaev. Andrey Karginov e Gerard de Rooy devem lutar entre si pelo último lugar do pódio, sendo que de Rooy é, destes quatro, o único não russo e o que não conduz um Kamaz. O holandês, vencedor de 2012, está ao volante de um Iveco.
Aqui, temos dois portugueses. Pedro Velosa vai estar no MAN número 553, conduzido pelo alemão Udo Kühn. Velosa é um copiloto experiente neste tipo de provas. No Renault com o número 555, vai José Martins, mecânico nascido na Covilhã. O piloto responsável por este camião é Michel Boucou.
Finalmente, os carros, categoria onde se espera uma luta animada pela vitória. Stéphane Peterhansel e Nasser Al-Attiyah são os grandes candidatos. O francês é o recordista de vitórias no Dakar, tendo ganhado por 11 vezes a prova, seis nas motos e cinco nos carros, tendo dois desses triunfos ocorrido nos dois últimos anos. Al-Attiyah também já venceu o Dakar, em 2011, na última vitória da Volkswagem antes do abandono da modalidade. O piloto do Catar é um verdadeiro desportista, já que, além do Dakar, faz ralis no WRC e no campeonato do Médio Oriente (onde é tricampeão) e já participou em cinco Jogos Olimpicos em Skeet masculino –uma prova de tiro – tendo ganhado a medalha de bronze em Londres. Ambos os pilotos vão estar ao volante de um MINI.
Carlos Sainz e Gilles de Villiers, também eles antigos vencedores do Dakar, em 2010 e 2009, respetivamente, são os grandes candidatos a discutir o último lugar do pódio e, quem sabe, fazer frente aos MINI. O espanhol participa com um Buggy, enquanto o sul africano participa com um Toyota. Sempre espetacular é Robby Gordon com o seu Hummer; o norte americano ficou em terceiro em 2009 e vai estrear este ano uma nova versão do carro. Outro piloto que pode surpreender é Nani Roma, também ele em MINI; ele é, aliás, um ex-vencedor, mas em motos, no ano de 2004. Outra novidade interessante para esta edição é a entrada da Ford, que, com o Ranger piltotado por Lucio Alvarez e por Chris Visser, pode ser uma surpresa bastante positiva.

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Focando agora nos portugueses presentes nesta categoria, o maior destaque tem de ir para Carlos Sousa, que vai ter na sua porta o número 306. Sousa é acompanhado por Miguel Ramalho e vão conduzir o Haval à melhor posição possível, sendo o top 10 o objetivo. Este é o terceiro ano da parceria luso-chinesa, sendo que Sousa ficou nos outros dois no sexto posto. Paulo Fiúza é o navegador de Orlando Terranova. O argentino conduz um MINI e espera alcançar os 10 primeiros lugares e, se possível, o pódio. Também como navegador de um piloto da MINI está Filipe Palmeiro. Este portalegrense tem como missão navegar o rookie, de apenas 23 anos, Martin Kaczmarski, vindo da Polónia. Completando os portugueses em prova temos a dupla Francisco Pita/Humberto Gonçalves. O objetivo deste par é o top 40; para tal, vão usar o Buggy SMG Gache.

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Gostaria ainda de destacar a presença de Albert Lloverá com o número 352. Tomei conhecimento deste piloto apenas em 2008, quando se deslocou a São Miguel para a disputa do SATA Rally Açores desse ano. O factor de destaque deste piloto é uma característica que o difere dos restantes: o andorrenho é paraplégico, depois de um acidente a fazer esqui, em 1985. Lloverá é ainda o atleta mais novo a participar nuns Jogos Olimpicos de inverno, com 17 anos, em Sarajevo, no ano de 1984. Desde o acidente que se dedica aos desportos motorizados, com destaque para os ralis. Esta vai ser a sua segunda participação no Dakar, depois da presença de 2007, do qual desistiu.
Não perca, a partir de amanhã, todos os desenvolvimentos de mais um Rally Dakar, esta que é uma das provas mais espetaculares e igualmente mediáticas. Resta-me desejar boa sorte a todos os concorrentes, com especial destaque aos portugueses.