Hoje em dia, Sporting CP e SL Benfica têm apostado forte em vários atletas e em várias modalidades olímpicas. A guerra é má, mas traz desenvolvimentos, costuma dizer-se por aí: este é um bom exemplo disso. Com ambos os clubes em guerra aberta pelo estatuto de maior potência desportiva, o dinheiro gasto nas várias modalidades tem subido. É certo que não pode ser só atirar dinheiro, mas dar possibilidades aos atletas para se tornarem profissionais já é uma boa melhoria. Podia, e devia, fazer-se melhor, mas já é um princípio.
Eu penso que o comum português começa, finalmente, a prestar mais atenção ao desporto em geral, mas é preciso fazer muito mais e muito melhor. É preciso ‘atacar’ as crianças desde o início da sua formação escolar. E é preciso fazer isto seja com o desporto, seja com as artes, seja com o que for. As crianças precisam de experimentar para gostarem e acompanharem, seja o que for. É preciso despertar para o desporto, e mais importante, é preciso criar uma verdadeira cultura desportiva.
No final do Rio’2016, escrevi este artigo em que dei exemplos de várias coisas que podiam ser feitas para ajudar na criação desta cultura desportiva. Praticamente um ano depois, nada, ou quase nada, foi feito. Para termos resultados em Tóquio já vamos um pouco atrasados, mas em 2024 temos mais competições, e é nestas que já devíamos estar a começar a pensar. É preciso um planeamento sério e a médio/longo prazo, pensar para o imediato não vai trazer resultados.
Já faltam menos de três anos para Tóquio receber os Jogos. Por cá, pouco se fez até agora para preparar os atletas para esta prova. Continua o trabalho quase isolado de alguns clubes, treinadores e atletas. Em 2020, não existiram muitas mudanças em relação a 2016 ou 2012, ganhar uma medalha será positivo, mas queremos todos mais, temos é de começar todos a trabalhar para isto, porque no anonimato e sem ajuda ninguém ganha.
Foto de Capa: Tóquio 2020
Artigo revisto por: Francisca Carvalho