Os momentos mais impactantes de 2020 | Modalidades

    TÉNIS

    Rafael Nadal e o seu 20.º título do Grand Slam – Ao longo de toda a sua carreira, Nadal fez da terra batida o seu reduto especial, prova disso mesmo são os seus números estratosféricos neste piso, especialmente no maior palco do mundo neste piso, Roland Garros.

    Este ano não era diferente e Nadal partia como principal favorito à conquista do torneio, não só por todo o seu curriculum e estatuto, mas também porque, ao contrário dos outros principais candidatos, Djokovic e Thiem à cabeça, decidiu que, na retoma do circuito mundial, não se iria deslocar aos EUA para disputar o Masters 1000 de Cincinnati e o US Open, evitando jogar o que faltava da temporada de piso rápido e ter de fazer a transição rápida para a terra, como todos os outros.

    Isto fez com que a sua preparação fosse exclusivamente para terra batida e, também, que programasse o seu pico de forma para Roland Garros sem que tivesse o desgaste da viagem para os EUA, ainda para mais com todo o protocolo que o combate à pandemia obrigava.

    No início do torneio, a grande discussão eram as condições. Existiram dois fatores de peso para a mudança de condições do Roland Garros este ano. A mudança na escolha de bolas, a organização escolheu passar de Babolat para Wilson, e a altura do ano em que se iria disputar o torneio.

    Se, pelas diferentes características da bola, já se previa que existisse uma desaceleração do jogo, a muito maior humidade que seria de prever em setembro/outubro face a maio/junho, habitual altura em que se disputa o torneio, iria agravar ainda mais o primeiro fator, uma vez que a humidade faz com que a bola fique mais pesada, viaje menos no ar e se torne ainda mais difícil de acelerar.

    Entre todos os comentadores, era unânime de que Nadal seria aquele que teria mais dificuldade a se adaptar a estas novas condições. O próprio Nadal criticou a escolha da bola, dizendo que a bola era “demasiado pesada e que não era ideal para jogar em terra batida”.

    A verdade é que, mesmo com todos estes condicionalismos e ainda o facto de ter Dominic Thiem no seu lado do quadro, Rafael Nadal teve uma das caminhadas mais fáceis que alguma vez teve para vencer Roland Garros. O maiorquino foi avançando, tranquilamente, no quadro e chegou à final sem deixar cair qualquer set! Na final tinha o seu maior obstáculo, Novak Djokovic.

    O sérvio e a sua equipa técnica partiam com uma grande confiança e, até, alguma arrogância. Ivanisevic, um dos treinadores de Djokovic, disse inclusive, numa declaração antes do jogo, que “Rafael Nadal não terá hipóteses nestas circunstâncias na terra batida”. Com certeza que resfriou os ânimos quando, no primeiro set, o espanhol aplica um, estrondoso, corretivo de 6-0! Apesar de um 6-0 um bocadinho enganador, basta referir que o set durou 46 minutos para ser concluído, Nadal pareceu ter, naquele momento, quebrado por completo o seu adversário.

    Djokovic, que viu a sua estratégia ser completamente destruída no primeiro set, nunca mais se encontrou na partida. O segundo parcial foi 6-2 e o terceiro, que foi onde, ainda que de forma muito tímida, o sérvio tentou aparecer no jogo e conseguiu obrigar Nadal a um set mais longo, terminou com um parcial de 7-5.

    A vitória contundente sobre Djokovic, bem como todo o percurso tranquilo permitiu ao tenista maiorquino vencer de forma categórica o seu 13.º título de Roland Garros. A acrescentar a tudo o que já foi dito, esta conquista significa, também, que Nadal igualou o recorde de Roger Federer, com 20 títulos do Grand Slam, o que fez deste um dos principais momentos do ano.

    Filipe Torres, José Maria Reis e Pedro Marques dos Santos

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