Carta Aberta à “Dupla” Federer / Nadal

    cartaabertaCaros Roger Federer e Rafael Nadal,

    Escrevo-vos hoje em nome de todos os amantes de ténis que convosco aprenderam a amar a modalidade ou que, após a retirada de outros grandes nomes da mesma (como Pete Sampras, Björn Borg, Jimmy Connors, Rod Laver, Ivan Lendl, John McEnroe ou Andre Agassi), encontraram em vós novas referências no desporto que tanto nos apaixona. Escrevo-vos hoje pouco após o término da Laver Cup, o torneio “a feijões” que durante três dias nos colou aos ecrãs, para vos descrever aquilo que senti quando vos vi abraçados a festejar uma vitória que nada valia como se fossem dois meninos acabados de vencer o primeiro torneio das vossas vidas.

    O ténis é, todos sabemos, uma modalidade especial. O fair play está cristalizado nos hábitos dos jogadores e a integridade é caraterística basilar nos mesmos. Sempre assim o foi, desde os primórdios, mas se ainda assim o é muito se deve a vós. “Caramba, como é possível num desporto individual haver respeito e, imagine-se, amizade entre os dois maiores da atualidade?”, perguntarão alguns. “Porque somos tenistas”, responderão vós. A Laver Cup foi apenas a expressão máxima dessa realidade e foi, permitam-me dize-lo, uma chapada de luva branca em todas as modalidades nas quais a mediocridade fora de campo chega a sobrepor-se à arte com a qual os seus executantes nos brindam dentro do mesmo.

    Federer e Nadal divertem-se a fazer aquilo de que mais gostam Fonte: Laver Cup
    Federer e Nadal divertem-se a fazer aquilo de que mais gostam
    Fonte: Laver Cup

    Roger e Rafa, tantas e tantas batalhas depois, tantas e tantas horas dentro dos courts a lutar até que a força mental se sobrepusesse à força física, tantas e tantas emoções! No final, faz-se hoje a mesma pergunta que sempre foi feita: quem é o melhor? Vocês certamente riem e pensam para vós mesmos: o que interessa isso quando ambos fazemos aquilo de que tanto gostamos? Todos sabem que tu, Roger, és um prodígio técnico, que és poesia em movimento, que te moves no court como se estivesses num bailado de Tchaikovsky. E todos sabem que tu, Rafa, és a personificação perfeita de “la furia española”, que sempre figurarás na história como um dos maiores guerreiros da história do desporto.

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    Francisco Sampaio
    Francisco Sampaiohttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado por futebol desde a segunda infância, Francisco Sampaio tem no FC Porto, desde esse período, o seu clube do coração. Apesar de, durante os 90 minutos, torcer fervorosamente pelo seu clube, procura manter algum distanciamento na apreciação ao seu desempenho. Autodidata em matérias futebolísticas, tem vindo recentemente a desenvolver um interesse particular pela análise tática do jogo. Na idade adulta descobriu a sua segunda paixão, o ténis, modalidade que pratica de forma amadora desde 2014.                                                                                                                                                 O Francisco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.