Os destaques da primeira semana do Australian Open

    TERCEIRA RONDA

    No final da segunda ronda, quem olhasse para o alinhamento iria ver um embate com um potencial de ser eletrizante e fantástico, o Dominic Thiem vs Nick Kyrgios, mas a verdade é que não foi assim… foi ainda melhor! Um encontro digno de filme, que teve de tudo. Mas começando do início, ou até mesmo antes disso. Fosse em que torneio fosse, nunca este encontro poderia ser jogado noutro palco que não o principal estádio da competição, a menos que o estádio preferido de Kyrgios não fosse a famosa Rod Laver Arena e que a organização fizesse o possível para que o jogador da casa jogasse no seu palco “fetiche”. Foi mesmo isso que aconteceu e o encontro foi disputado na John Cain Arena, foi aqui que tudo começou a cheirar um bocadinho à famosa Taça Davis, conhecida por ter adeptos aficionados que formam autênticas claques em redor dos jogadores da casa.

    Agora vamos ao jogo, Kyrgios entrou claramente por cima e, alavancado pela energia vinda do público, que ia delirando com todos os golpes de teatro do australiano, desde pancadas entre as pernas a serviços por baixo, o australiano conseguiu chegar a uma vantagem de dois sets a zero. Apesar desta vantagem, Thiem pareceu nunca dar demasiado espaço para o australiano relaxar e, no terceiro set, aproveitou alguns erros de Kyrgios e conseguiu vencer o parcial por 6-3. O jogo estava de loucos e não deverão ter sido poucos aqueles que se terão lembrado da célebre final do US Open do ano passado, em que o austríaco deu a volta a dois sets a zero para vencer o seu primeiro título de Grand Slam da carreira.

    Kyrgios, com um temperamento difícil, para ser simpático, foi sempre privilegiando o espetáculo o que entreteve sempre o público mantendo-o afincadamente do seu lado. Por esta tentativa constante de tentar fazer pancadas fabulosas e contribuir para os highligts, o australiano perdeu o controlo do jogo e, quando o quis recuperar, foi ficando mais nervoso por não o conseguir. O jogo foi para o quinto set onde um Dominic Thiem sóbrio e calmo manteve sempre o controlo do set, que acabou por conseguir fechar em 6-4, sem sequer permitir a Kyrgios qualquer hipótese de fazer break, já que o australiano apenas uma vez fez mais que um ponto no jogo de serviço de Thiem.

    O outro principal destaque desta ronda foi a lesão de Djokovic. No seu jogo frente a Taylor Fritz, o sérvio acabou o jogo visivelmente debilitado e só por ser Djokovic é que ainda conseguiu vencer o encontro, numa quinta partida onde o americano fez tudo o que não tinha de fazer e nada do que tinha de fazer. Com o adversário em fracas condições físicas, Fritz deveria ter pressionado Djokovic mas sem arriscar em demasia, porque receber pontos grátis era tudo o que Djokovic mais queria, no entanto as trocas de bolas surgiram sem demasiada acutilância e as vezes em que arriscava o ataque cometia erros, erros esses que lhe custaram a possibilidade de vencer o principal candidato ao título e de passar aos oitavos-de-final da prova australiana.

    Para se perceber a dimensão da impossibilidade física de Djokovic, o sérvio festejou esta vitória como se de um título importantíssimo se tratasse, dizendo, inclusive, que “foi uma das vitórias mais especiais da sua carreira” e, no final, não pôs de parte a possibilidade de desistir de jogar a próxima ronda.

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    José Maria Reis
    José Maria Reishttp://www.bolanarede.pt
    O Zé Maria é neste momento estudante daquele que ele espera ser o último ano de Economia no ISCTE. Desde muito cedo que começou a praticar vários desportos exceto, ao contrário da regra geral, futebol porque chamar pé esquerdo ao seu pé direito é um elogio. Mais tarde percebeu que era com uma raquete de ténis na mão que mais gostava de passar o tempo e foi aí que começou a crescer a grande paixão que tem pelo ténis. Vê e acompanha muito desporto, mas o ténis e o futebol, sobretudo o seu Sporting, são a sua perdição.                                                                                                                                                 O José escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.