Era e depois de uma brilhante demonstração de capacidade, qualidade e garra, que nos valeriam a segunda posição do grupo D, que as quinas viajariam até solo búlgaro rumando a Varna em concreto para debater-se com uma seleção Ucraniana, terceira do grupo B, mas à qual não faltavam recursos humanos de qualidade. Bastante poderosos em termos de ataque, sendo igualmente a ação de bloco uma das suas mais-valias.
Numa arena, que salvo melhor opinião, não possui condições para albergar uma partida desta magnitude, visto que uma das zonas não se encontra suficientemente iluminada , algo a rever, certamente no futuro, pela Federação Internacional de Voleibol. Era mesmo nestas circunstâncias válidas para ambos os lados, à que referir, que se disputou este confronto dos oitavos de final do Europeu.
UM PRIMEIRO SET FORA DE CONTEXTO
Talvez fruto da inexperiência de alguns atletas a um nível competitivo tão alto, bem como a tantos dias de competição quase consecutivos e longe das respetivas famílias, fatores que podem ter sido preponderantes para que o arranque fosse de tão baixa produção. Os incontáveis erros no serviço, fundamento de jogo absolutamente crucial para se ter êxito numa competição destas, mas também a pouca eficiência no ataque, algo que contrastava com a grande capacidade dos blocadores ucranianos que formavam uma muralha impossível de suplantar acabaram por levar a que Portugal tivesse sempre de correr atrás. Apesar de a partir de meados do set termos estabilizado as nossas ações, essa melhoria já não surgiria em tempo útil, cedendo a partida inicial pelo parcial de 25-20.
EXPERIÊNCIA IA DITANDO LEIS!
Depois de termos arrancado bastante bem no segundo set, estando sempre taco a taco no marcador com os favoritos, eis que a fase final do mesmo seria fatal para as nossas aspirações, revelando-se assaz penalizadora e desmotivante. Colecionando várias falhas ao nível da receção, área do jogo por norma bastante regular no nosso selecionado, seria o bastante para que os de leste cravassem um ascendente de tal forma evidente que o resolveriam por 25-19, diferença que não traduzia nem de perto nem de longe o equilíbrio verificado ao longo do parcial.
UMA REAÇÃO QUE HONROU UMA NAÇÃO
Começando desde bem cedo em clara desvantagem, com os ucranianos a praticar o melhor voleibol que lhes vira em todo o torneio, foi precisamente quando já era mais que eminente uma saída de cabeça bem erguida do certame, que a nossa seleção demonstrou qual a razão para ter emergido num grupo bastante forte. Com Alex, André Marques e os distribuidores Tiago Violas e Miguel Tavares Rodrigues a serem peças chave para esse bom pedacinho de magia, tal não seria suficiente para evitar um desaire incapaz de destruir uma tão encorajadora e relevante prestação de um grupo que sempre demonstrou muita alegria, capacidade de sofrimento, solidariedade e que deixou uma semente para ser bem aproveitada nos próximos anos. Se tal se concretizar, estou certo, de que as presenças em fases tão adiantadas dos maiores eventos passarão a ocorrer com muito maior frequência e regularidade.
O BNR é o seu palco de eleição para acompanhar tudo o que de mais importante se passa no desporto a nível mundial.
Fique bem, sempre na melhor companhia.