3-0 NA FINAL – 2009-10
Era a fase cor-de-rosa entre Jesus e clube. Para quem não tinha apanhado a equipa 1993-94, de Toni, aquele onze era o mais aproximado que podíamos atestar das conversas de pais e avôs sobre o Grande Benfica que ia às finais europeias. A equipa estava exemplarmente bem montada, o futebol era achocolatado e os craques entendiam-se perfeitamente – tudo era harmonia, um conto de fadas que teria um fim bem mais abrupto do que se imaginava. Mas naquele final de noite, o zénite da comunhão entre o Benfica 2009-10 e a massa adepta foi alcançado. Sobre o rival mais a sério, para saber ainda melhor. Mas não só.
Para compôr o ramalhete, tinha havido noite europeia memorável três dias antes (na 5.ª feira, a final da Taça da Liga foi somingo): aquela vitória em Marselha assinada por Alan Kardec já perto do fim – o que significava que as melhores peças estavam todas desgastadas. Jesus não vai de modas e deixa Javi Garcia, Ramires, Saviola e Cardozo no banco de suplentes. Airton, Amorim, Carlos Martins e o herói de França saltavam para a titularidade, Aimar subia para segundo-avançado. Aos que tinham dúvidas quanto à capacidade daquele conjunto em ganhar o troféu, respondeu o actual treinador do Sporting com um remate do meio da rua logo nos minutos iniciais – que Nuno Espírito Santo deixou entrar para junto das redes enquanto cacarejava…
O jogo foi um festim de frustração portista contra a confiança imensurável dos benfiquistas. Foi também à lei da bomba que Carlos Martins fez o segundo antes do intervalo e o 3-0 chegou novamente por intermédio de Amorim, que assistiu Cardozo depois duma tabelinha em ritmo de treino. Era efectivamente um grande futebol.
Seis dias depois, jogo do título na Luz. Recebia-se o SC Braga de Domingos, sempre chato a morder os calcanhares na tabela classificativa. Luisão assumiu o papel ‘clutch’ de homem para grandes momentos e deu a machadada do 1-0. O resto é história…