A venda de Renato Sanches e seus significados

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    O potencialmente faraónico negócio de Renato Sanches configura uma operação financeira de grande amplitude, só ao alcance de clubes que percebam que o futuro do nosso futebol passa por rentabilizar a excelente mão-de-obra que temos por cá. E aparte da medieval, absurda e ressabiada reacção de parte significativa do universo sportinguista, esta transacção é importante para o nosso futebol, pois alerta os grandes mercados que este viveiro, em tempo de crise financeira, continua relevante e pujante.

    Todavia, esta venda de Sanches, como a imprensa alemã se refere, configura alguns significados e vertentes que não poderão ser descurados. Em primeiro lugar, o negócio em si. Tive oportunidade de escrever noutros fora que, apesar de não ser fã dos dotes negociais de Vieira, melhor que o conseguido era impossível. E mantenho-o. Muitos referem que devíamos ter esperado pelo Europeu. Honestamente, não acho que Sanches seja titular. E por outro lado, falamos de um miúdo que era desconhecido há uns 6/7 meses… E o Bayern está gastar dinheiro não num jogador, mas num projecto que pretende fazer evoluir para o futuro, já que Xabi Alonso e Javi Martínez devem estar a expirar a validade. Não acho por isso que o “Bulo” seja já titular nos bávaros. Irá para aprender, crescer… E espero que vá antes aos JO’s!

    Em segundo lugar, a escolha. As informações são contraditórias, mas tudo aponta que a vontade do jogador tenha sido decisiva. Revela maturidade. O Bayern é uma escolha segura: um clube estável, ganhador, com lugar habitual nos 4 melhores da Europa e irá ter um treinador de enormíssima qualidade. E que não recusará uma futura venda para outro colosso, se tal se proporcionar. Escolha acertada.

    O dinheiro e o Benfica. A qualidade deste negócio, para já, é insuspeita. São muitos milhões. E 60 são quase certos! Mas a efectiva qualidade deste negócio só será aferida quando se der uso ao dinheiro. O Benfica não pode descurar o rigor nas aquisições. E ao perder um jogador fundamental, terá de o substituir e não pensar que craques como Sanches surgem a cada cavadela! Não! O meio campo precisa de reforços. E de bom nível. Solução interna, só mesmo Samaris, que espero ver como opção na sua posição de raiz. Por outro lado, a formação nunca será solução total num clube como o Benfica. Nunca poderemos ser um Barça. Podemos ser um viveiro de talentos, como o foi o Ajax, mas temos de ser cirúrgicos no mercado. Ou seja, temos de saber escolher os Gaitán’s num mar de Emerson’s. E isso não tem acontecido!

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    John Aguiar
    John Aguiarhttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado pelo Benfica desde que se conhece, descobriu a paixão pelos encarnados ao ir pela mão do pai ver os jogos na sede social da terrinha. Desde cedo habituou-se a ler A Bola em formato gigante e coleccionava anualmente os Cadernos do dito jornal. Desde 1993 que não falha um…                                                                                                                                                 O John não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.