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Jacinto João – Uma das figuras de culto da história do Vitória setubalense (com direito a estátua à porta do Bonfim), Jota Jota foi um prodigioso tecnicista a quem Bella Gutmann fechou os olhos: o Feiticeiro não podia ser perfeito. Estávamos em 1962 e o Benfica ia a caminho da segunda final europeia consecutiva, onde iria trucidar o Real Madrid CF de Di Stéfano.
Das colónias chegavam, incessantemente, notícias de um talento raro a despontar, primeiro no Sport Congo e Benfica e depois no Benfica de Luanda. Mauricio Vieira de Brito, então presidente e já farto de tanto ouvir falar do craque, ordena a viagem do miúdo para a metrópole: era o concretizar de um sonho de menino. Porém, as coisas não correm bem e volta passado cinco meses, farto de actuar pelas reservas e de ver o treinador húngaro a ignorar as suas qualidades.
Aliás, a mágoa foi tanta que ingressa logo no FC Luanda, filial do rival FC Porto. O Vitória, atento desde sempre, convence-o a tentar de novo a glória europeia em 1965 e o resto é História: 14 épocas de Sado aos pés com uma Taça de Portugal, um vice-campeonato e quatro presenças nos quartos da Taça UEFA.
Artigo revisto por Joana Mendes