1.
SL Benfica 8-1 Vitória FC (2009/2010) – Existiam ainda desconfianças várias. Isto apesar da promessa feita por Jesus na sua apresentação, dizendo que a equipa ia… «jogar o dobro» da que fora orientada por Quique Flores.
A pré-época deu sinais nesse sentido, com bom futebol e automatismos a serem criados à velocidade da luz; o 4-1-3-2 que serviria de base para os anos vindouros, encaixou na perfeição e o Torneio de Amesterdão foi conquistado com toda a naturalidade.
Porém, nos jogos oficiais, o empate na estreia com o CS Marítimo e a vitória tirada à cabeçada em Guimarães não tinham mostrado ainda a verdadeira força daquele fantástico conjunto de jogadores.
À terceira jornada, o Vitória sadino veio confuso à Luz e os 8-1, com 5-0 ao intervalo, foram espectáculo de enorme calibre, com nota artística em doses industriais. A onda encarnada pode finalmente explodir e levar ao ‘colinho’ uma equipa que só parou de atropelar adversários em Maio, quando chegou ao Marquês.
Eternizado ficou o enorme raspanete de Jorge Jesus à equipa pelo golo sofrido em cima dos 90’, consequência de um desentendimento entre Quim e David Luiz: a confirmação de que a exigência era, definitivamente, outra.
Do outro lado, Carlos Azenha desculpava a derrota com o facto de a equipa estar ainda em… «Construção». Ex-adjunto de Jorge Jesus e com ele às avessas, tentou surpreender com o 5-3-2, mas ficou longe do efeito desejado.
Demonstrou desde cedo inaptidão como técnico principal, consolidando a ideia de ser um intelectual do jogo sem propensão para tarefas de comando. Confirma definitivamente ser um erro de casting quando, na jornada seguinte, é derrotado (0-4) pelo U. Leiria em pleno Bonfim.
Fernando Oliveira, presidente de um histórico aflito de dinheiros, mostrou-lhe imediatamente a porta da saída e soltou um famoso desabafo: «Com tantos tremores de terra que já tínhamos, [Carlos Azenha] foi mais um».
Artigo revisto por Joana Mendes