Amor versus ódio
O amor pelo Benfica – um sentimento sem fronteiras ou nacionalidades (como se vê em campo e nas bancadas) – é o verdadeiro dínamo desta caminhada. Quando o Benfica se entranha, fazemos por o cumprir (sem nunca conseguir ou necessitar de o explicar verdadeiramente). Cada um com as suas armas: sejam as gargantas ou as chuteiras. Esta forma de ser e de estar sempre foi, a meu ver, uma verdadeira razão comparativa da nossa dimensão: o porquê de ser, mas também de continuar, ao longo dos tempos, a aumentar cada vez mais.
O Estádio da Luz – mas também o Porto, Coimbra, Vila do Conde e Funchal – sentirão, nos próximos dois meses, uma onda verdadeira. Os cânticos e as bandeiras e as tarjas serão sempre e unicamente os reflexos do amor que milhões espalhados por todo o mundo sentem pelo Benfica. Durante toda a época, soubemos reagir às provocações e à mentira demagógica e populista. Daqui para a frente, não será diferente. Reflectindo sobre o campeonato, talvez se conclua que um campeão tenha nascido no minuto 70 daquele Benfica-Sporting. Nessa altura, fazia-se mais e melhor Benfica; como nos ensina a fábula da cigarra e da formiga: enquanto uns bailavam, outros amealhavam.
P.S.: Assustei-me logo após o final do dérbi. Julguei ver naquela expressão de desolação e impotência de Bruno de Carvalho, presidente do Sporting – enterrado naquele banco de suplentes, incapaz dos habituais acenos em bicos de pés – uma abrupta alteração de personalidade. Depois, chegou um post no facebook elogioso para o treinador do Benfica. Confesso que entrei em pânico. Felizmente, horas depois, Bruno de Carvalho, solto das emoções da noite anterior e já capaz de desenvolver o seu raciocínio, regressou à normalidade. Então, fui dormir descansadinho.