4. Ferro
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede
Com o aparente dissipar da excelência competitiva imprimida por Bruno Lage, veio o acaso de Francisco Ferreira, um dos bebés por ele apresentado à plateia da Luz e um dos que, às custas do seu talento, possibilitou a épica reconquista do campeonato.
A partir de 2020, apagou-se a chama: fosse pelos métodos mais rígidos – ou já de outros tempos – que Jorge Jesus fazia questão de impor ou pela insatisfação do técnico com a veia seixalense dos seus pupilos – dos bebés de 2018-19 ou 19-20 só Nuno Tavares se manteve com minutos.
Ferro ficou em Lisboa, mas sem quaisquer oportunidades de mostrar as valências que o fizeram, em certos momentos, equiparar-se e complementar perfeitamente Rúben Dias. O Valência estava atento a essas qualidades, mas a aventura também não correu bem: três participações, duas titularidades – e duas derrotas, com Real Madrid e Sevilha.
Voltaria à Luz para se manter na obscuridade, como quinta opção. Veríssimo, Otamendi e Vertonghen deixam dúvidas a poucos, mas Ferro, por tudo o que mostrou em condições ideais, mereceria outro tipo de reconhecimento.
Ao lado de outro talentoso como é Morato viu André Almeida ocupar-lhe a posição na última fase de Jorge Jesus, numa claríssima e escarrapachada mensagem de rejeição. Precisa de mudar de ares, afirmar-se noutro contexto e voltar, com a mesma confiança com que se impôs naquele início de 2019, quando saía a jogar de pantufas onde outros aliviam em esforço.