Que o Benfica apresenta discrepâncias há vários anos entre as alas esquerda e direita já todos sabemos. A indiferença com que a procura de soluções é encarada por dirigentes e equipa técnica também já não é novidade.
No último jogo tivemos Grimaldo e Cervi a alinhar na esquerda e André Almeida e Rafa na direita. E, se as exibições do lado esquerdo nos enchem a vista, as do lado direito desequilibram a balança e deixam muito a desejar. As combinações entre Cervi e Grimaldo são perfeitas e fazem os adeptos benfiquistas levarem as mãos à cabeça e verem que o dinheiro investido no bilhete da jornada foi bem empregue. Já o flanco oposto deixa-nos completamente desgostosos e a perguntarmo-nos “por quê?”.
Cervi está a fazer um trabalho assombroso, cresce a olhos vistos enquanto jogador, explora sem medo para criar perigo e dificuldades ao adversário. Enquanto o extremo-esquerdo vai sendo decisivo no jogo ofensivo do Benfica, Rafa tem um desempenho contrário.
Não creio que o antigo jogador do SC Braga seja um cepo ou um flop, porque já mostrou várias vezes que tem qualidade. O problema é que Rafa não tem um lateral que lhe dê apoio como Grimaldo dá a Cervi. Não é por acaso que a ala esquerda é tão eletrizante. A ala direita parece, tão só e apenas, um buraco negro.

Fonte: SL Benfica
E assim, Rafa não mostra rendimento, porque não consegue criar desequilíbrios, não aguenta as posses de bola e é lento na hora de decidir. É penoso ver jogos com uma ala ocupada por Rafa e André Almeida.
Vai-se procurando que o camisola 27 justifique o investimento, o camisola 34 vai cumprindo (mal…), e assim vai a luta pelo tão desejado ‘penta’.
Concluindo, a falta de ideias e de profundidade ofensiva da ala direita deixa-a claramente em desvantagem em relação à ala esquerda, e é isso que falha. André Almeida tem uma ligação mais fluída com Salvio do que com Rafa, mas o tema Salvio é outra conversa…
Foto de Capa: SL Benfica