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Francisco Moreira, o Pai Natal (1944-54) – 270 jogos distribuídos por dez épocas. Nada mau, certo? Melhor fica se atentarmos que nasceu em 1915 – chega ao SL Benfica, então, já com uns maduros 29 anos, cumprindo carreira até aos 39, numa longevidade admirável e que mete em causa o compromisso de tantos outros.
Se Francisco tem chegado ao SL Benfica mais cedo, certamente figuraria ainda hoje no top dez dos mais assíduos da sua história. Ao peso da sua contribuição ímpar, a assinatura em momentos capitais do período pré-conquista europeias.
Ora bem, vejamos: foi titular nos 8-2 da inauguração do Estádio das Antas, na melhor vitória de sempre frente ao FC Porto; estava presente nos 13-1 à Sanjoanense, a maior goleada do SL Benfica no Campeonato Nacional.
Participou, ao ritmo de poucos, na maratona em pleno Jamor que resultou na Taça Latina. No périplo do tetra de Taças de Portugal (49-53), era já um dos líderes do conjunto que cumpriu com o Sporting CP uma das melhores finais de sempre (a de 1952, no 5-4 que Rogério Pipi decidiu em cima dos noventa) e do que, no ano seguinte, voltou a esmagar o FC Porto, desta vez por 5-0.
Tão incansável era, à lateral ou ao meio, na intermediária de onde regia toda a construção encarnada, que os colegas de seleção, sportinguistas, se metiam com ele alcunhando-o de “Pai Natal”. Colou na massa adepta. “Diziam que eu era velho, mas ninguém passava por mim”, explicou Francisco, algum tempo depois.