Meia-final da Taça da Liga 2021-22, Terça-Feira, 19h45, 25 de Janeiro de 2022
ANTEVISÃO: QUE, NA FALTA DE FUTEBOL, HAJA BRIO
Obrigação. Dado o previsível fracasso da temporada benfiquista, a Taça da Liga não passa duma obrigação para com a massa adepta, sedenta de títulos e á espera deles desde Agosto de 2019.
Depois dessa Supertaça conquistada por Bruno Lage frente ao Sporting CP, a travessia do deserto pode terminar na festa de Leiria e com a conquista de um troféu no qual o SL Benfica já construiu tradição de respeito, conquistando sete das primeiras oito edições. Desde aí que nunca mais a águia quis festejar. Será desta?
Apesar de colecionador máximo do troféu, escusam os encarnados de se fiarem na Virgem e esquecerem a parte de correr – há muito a dar às pernas, que do outro lado estará um Boavista à moda de Petit, que não é Boavistão mas que vem de assinalável sequência competitiva (não perde há seis jogos).
Depois de assinalado o respeito há, porém, uma realidade indesmentível: não conquistar o troféu seria mais uma machadada na confiança da massa adepta e tornaria ainda mais insuportável o ambiente na Luz, especialmente para Nélson Veríssimo – que sem ter muita culpas no cartório se viu jogado aos lobos, sendo obrigado a abandonar o projeto da equipa B que lhe corria de feição.
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— SL Benfica (@SLBenfica) January 24, 2022
Para o treinador, não será essa eventual vitória final que salvará uma época já de si amaldiçoada. Grande oportunidade apenas pela possibilidade de alguns dos jogadores, chegados no entretanto da travessia do deserto encarnada, experienciarem o calor humano da onda vermelha.
“Há aqui muitos jogadores que já ganharam várias competições ao serviço desse clube e sabem a repercussão que isso tem nos sócios e nos adeptos e no que eles nos devolvem em função disso. Outros não ganharam títulos neste clube e poderão ter a oportunidade de sentir isso.
Que possam ver a reação dos nossos adeptos e sócios a estar conquista, mas para que isso aconteça temos dois jogos pela frente, que certamente serão difíceis, mas acreditamos muito no que temos vindo a fazer e no trabalho que os jogadores têm feito diariamente em cada um dos treinos.»
Para tal, é preciso vencer o Boavista de Petit, uma equipa que chega a esta meia-final com dez ausências: Yusupha, Cannon, Porozo e Beiravand estão nas respectivas seleções; Ilori, Javi Garcia, Tiago Morais e Pedro Malheiro recuperam de toques ligeiros; Reisinho é já carta fora do baralho há muito tempo e continuará a sê-lo e, por fim, Vukotic, que está emprestado pelas águias.
Mas tanta alteração – que proporcionou a chamada de quatro juniores à convocatória – não enfraquecerá a equipa, nas palavras do treinador. “Amanhã [terça-feira] os onze que vão entrar vão ter dinâmica, a nossa ideia de jogo e sabendo o que é o Benfica“, lembrando entre risos que não pode jogar, num misto de ironia e saudade.
Em relação à alternância evidenciada pelas águias em relação ao sistema tático (entre o 4-4-2 e o 4-3-3) Petit afirma estar preparado “para os dois sistemas e para não ter surpresas. Foi para isso que trabalhámos”, apesar de confidenciar que ainda serão precisos mais alguns retoques, que é melhor prevenir que remediar e que ainda serão analisadas mais ao detalhe as dinâmicas do adversário, apesar de estar fora de questão um eventual desvanecimento da identidade da equipa na abordagem ao jogo.
O árbitro da partida será Fábio Veríssimo, coadjuvado por Pedro Martins e Bruno Jesus nas laterais e Hugo Silva como 4º árbitro. No VAR estará Tiago Martins.
10 DADOS RÁPIDOS
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- SL Benfica e Boavista FC nunca se defrontaram a contar para a Taça da Liga.
- Em 127 jogos entre os dois, contam-se 75 vitórias dos encarnados – sete delas nos últimos oito jogos.
- Porém, em terreno neutro, contexto do jogo de logo à noite, a vantagem é axadrezada: nos três jogos nessas circunstâncias (três finais de Taça de Portugal), duas vitórias do Boavista (1974/75 e 1996/97) e uma do SL Benfica (os 5-2 de 1992/93).
- O SL Benfica é o recordista da Allianz Cup – Taça da Liga com sete troféus, mas não vence a competição desde 2015-16. Ou seja, há seis anos.
- O Boavista FC não perde há seis jogos – duas vitórias e quatro empates.
- O obreiro dessa boa série é Petit, que chegou ao Bessa no principio de Dezembro (dia quatro, jornada 13 da Liga Bwin) e desde aí só perdeu em Alvalade. São oito jogos, com duas vitórias e cinco empates, com 11-7 em golos.
- Infelizmente, o registo de Petit frente ao SL Benfica não augura desfecho positivo nesta meia-final: são 13 derrotas em… 13 jogos.
- Mas pode aproveitar o insonso histórico do SL Benfica no Estádio Dr Magalhães Pessoa: apenas quatro vitórias em oito jogos, com três derrotas – duas vezes frente ao União local e outra a temporada passada, frente ao Sporting de Braga.
- Felizmente, ou não, as duas maiores ameaças estarão ausentes, em princípio e por razões diferentes – no plantel das águias, quem mais marca frente ao Boavista é Seferovic (quatro golos em seis jogos) e quem mais vence é Pizzi (nove vitórias em 12 confrontos).
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10. Do lado axadrezado só Hamache e Gustavo Sauer sabem o que é marcar ao SL Benfica.
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JOGADORES A TER EM CONTA
Estes são os números de Henrique Araújo pela equipa B – que fazem dele o 3.º melhor marcador de sempre, atrás de Cavaleiro (22) e Heri (25).
Sem dúvida, números bastante interessantes! pic.twitter.com/Z3BiE4mlQK
— Jorginho ❁ (@1JGN3) January 24, 2022
Henrique Araújo (SL Benfica) – A nova pérola do Seixal é um ponta-de-lança à antiga, nos movimentos dentro de área e pela frieza que oferece à equipa no momento da finalização.
Com dez tentos assinados em 17 jogos pelos Bs na Segunda Liga, a oportunidade chega para o ‘caçador’ madeirense de 20 anos – o oportunismo na concretização favorece-lhe o apelido –, que decerto aproveitará a deixa originada pelas ausências de Darwin e Seferovic.
Gustavo Sauer (Boavista FC) – Interpreta, desde que chegou Petit ao comando técnico, dupla de respeito com o croata Musa – foi assente na qualidade dos dois que a equipa se classificou para a Final Four, construindo uma noite de sonho nos 5-1 ao Sporting de Braga.
Sauer marcou dois – um deles oferecido precisamente por Musa – e o croata marcou outro: conseguirão assumir o estatuto de imprescindíveis e voltar a causar o pânico como nessa ocasião?
XI´S PROVÁVEIS
SL Benfica (4-4-2): Vlachodimos; Lázaro, Morato, Vertonghen e Grimaldo; João Mário, Weigl, Paulo Bernardo e Rafa; Gonçalo Ramos e Yaremchuk.
Treinador: Nélson Veríssimo
“Vamos defrontar uma equipa muito competente, bem orientada e que nos últimos jogos tem vindo a somar pontos consecutivamente. Temos uma tarefa difícil“.
Boavista FC (3-4-3): Bracali; Guito, Abascal e Felipe Ferreira; Nathan, Seba Pérez, Makouta e Hamache; Sauer, Musa e Ntep.
Treinador: Petit
“É um troféu que nos faz falta, ainda não o temos. Queremos fazer história com estes jogadores e vamos trabalhar para que isso aconteça. Temos algumas ausências, mas vamos apresentar um onze forte, que dignifique a história do Boavista”
