Extremos para dar e vender não faltam ao Benfica. No entanto, mesmo assim, continuam a faltar as soluções de que a equipa precisa. A toda a hora chegam novos extremos à Luz, uns bons, outros nem tanto. E, ironia das ironias, há bons que desaparecem do mapa e outros que, nem tanto, são donos e senhores da posição.
E tenho claramente de voltar a implicar com Salvio. Tenho, porque Rui Vitória também continua a insistir no argentino para ocupar o lugar da ala direita. No meio de tantos nomes disponíveis, por quê persistir num jogador tão pobre a decidir e tão fraco a posicionar-se e a definir as linhas de passe? Para quê Salvio, se, no vantajoso 4-4-3, Zivkovic serviria Jiménez com grande facilidade? Mas onde está Zivkovic? O sérvio chegou à Luz com o rótulo de rei do faz e acontece e agora nem no banco se senta. É mais um extremo que chega para despachar, emprestar e eventualmente vender num negócio pouco claro ou pouco lucrativo? Que desperdício…
Outro desaparecido em combate é Franco Cervi. Depois do final da época passada, muito se esperava do argentino. Supostamente, esta seria a época em que conquistaria o seu lugar ao sol. Porque, quando chegou, a concorrência não o deixou afirmar-se depressa. Gonçalo Guedes não era fácil de substituir e havia ainda Carrillo. Esses dois saíram, e Cervi foi-se afirmando, mas chegou Diogo Gonçalves ao plantel principal e o camisola 22 voltou à berlinda. Neste caso, prefiro o pequeno Diogo na condução da extremidade esquerda do Benfica. Cervi tem um físico que lhe permite rapidez e agilidade, mas toma muitas decisões patetas quando se vê mais atabalhoado em lances que requerem mais perícia e astúcia. Na minha opinião, Cervi não faz muita falta ao modelo de jogo Benfiquista (e a falta de experiência no futebol europeu em muito contribui para essa pouca desenvoltura).
Retomando o tópico Diogo Gonçalves, é de salientar a sua boa prestação ao serviço das ‘águias’ desde que foi promovido à equipa principal. Tem feito tudo para conquistar a confiança do treinador e tem-na merecido, porque joga bem. Claro que lhe falta muita coisa, o miúdo tem 20 anos. Mas é uma jovem promessa e parece que já agarrou o lugar na ala esquerda. Nunca se deixa intimidar nem desiste dos lances. É essa ousadia que falta a tantos jogadores e que é, por isso, tão valorizada.
E sabe jogar em equipa. Joga de olhos no chão, mas, quando se vê com a bola no pé, os olhos estão já postos na frente de ataque, à procura da melhor oportunidade para cruzar ou para rematar. E remata de onde for preciso! Fintar jogadores para levar a bola até dentro da baliza? Para quê, se pode chutar já ali do meio da rua e fazer o golo? Verdade seja dita, o rapaz já merece o golo de fazer levantar as bancadas da Luz. Diogo, bem. É para continuar.