Hoje falamos de Cláudio Ramos, um dos melhores guarda-redes a atuar na Primeira Liga Portuguesa. Mora em Tondela um estranho caso de um guardião que ainda não recebeu o merecido destaque em termos profissionais. Cláudio Pires Morais Ramos defende a baliza beirã desde 2011/12, então emprestado pelo Vitória SC.
Foi em Guimarães que completou a sua formação, depois de passagens pelo SC Paivense, Académico FC e CF Repesenses entre 2002 e 2006. Entre 2010 e 2012 foi emprestado ao Amarante FC e CD Tondela, onde acabaria por ficar em definitivo a partir da temporada seguinte.
Desde a primeira época pelos auriverdes (2012/2013), Cláudio Ramos tem vindo a cimentar a sua importância e posto no clube. Acompanhou o clube em três épocas de Segunda Divisão e faz parte da atual quinta época consecutiva tondelense no principal escalão do nosso futebol.
Na época de subida, o CD Tondela venceu a Segunda Liga com 81 pontos, mais um do que CF União da Madeira, GD Chaves e SC Covilhã. Dos 46 jogos realizados, Cláudio Ramos alinhou em 40; pode dizer-se que o peso do guardião português começou a sentir-se nesta época de subida à Primeira Liga.
Até à interrupção dos campeonatos profissionais em março deste ano, Cláudio Ramos somava todos os minutos possíveis; 2160 no campeonato e 90 na Taça da Liga (24 e um jogo, respetivamente). Além dos números, a qualidade do guarda-redes é elogiada por todos e é constantemente protagonista nos jogos contra os “grandes”, adiando os golos adversários. Então, porque razão Cláudio Ramos não dá o salto?
O guarda-redes natural de Viseu até traçou o seu percurso nas seleções jovens, apesar dos números discretos; um jogo pelos sub-16 e sub-17, três pelos sub-18, dois pelos sub-20 e apenas um pela seleção principal. Contudo, Fernando Santos só lhe deu quatro minutos nesse amigável frente à Escócia.
A fraca presença na seleção deve-se ao misto de qualidade e experiência que o impede de entrar nas convocatórias. Rui Patrício e Beto têm ocupado tranquilamente os dois primeiros lugares, enquanto o terceiro posto tem sido dividido entre José Sá e Anthony Lopes.
O nível de Ramos, no entanto, é de uma equipa de segunda linha em Portugal, seguramente. Num SC Braga ou Vitória SC, o destaque dado pela imprensa, naturalmente, seria outro e, dessa forma, as suas exibições seriam escrutinadas por tudo e todos.
Uma eventual transferência para um dos clubes grandes do Minho podia abrir-lhe mais tarde não só as portas de um dos três grandes como de uma equipa europeia e com presença nas competições internacionais, tal como Anthony Lopes ou José Sá.
Com a tal presença europeia que José Sá já conseguiu e que é indiscutível em Anthony, o camisola 1 do CD Tondela podia discutir o terceiro posto da baliza nacional. Outra das opções seria entrar como jogador de rotação num dos “grandes”, mas o tempo de jogo seria manifestamente menor e de importância diminuída. Os rumores do interesse do SL Benfica vão e voltam, mas Cláudio permanece na Beira Alta.
Seja qual for o percurso daqui para a frente, ficará sempre a sensação de que Cláudio Ramos podia ter alcançado um patamar superior mais cedo e o que daí advém, como uma maior presença nas convocatórias nacionais.