Quanto ao Marítimo, a nona participação europeia dos verde-rubros teve um início conturbado, graças aos fortes ventos que condicionaram o Aeroporto da Madeira e atrasaram a partida para a Bulgária. Com várias horas à espera de novo voo e outras mais de viagem, a equipa madeirense deparou-se ainda com um relvado em mau estado, num recinto com poucas condições. No Estádio Lazur, em Burgas, casa emprestada do PFC Botev Plovdiv para os encontros europeus, os insulares não foram além de um empate sem golos, no encontro da primeira mão.
Depois de uma primeira parte amorfa e sem grandes motivos de interesse, o Marítimo revelou-se mais ativo após o reatamento, chegando mais vezes à frente e demonstrando uma maior qualidade global, sem, no entanto, arriscar o suficiente para alcançar um resultado mais feliz. A permissividade inicial do árbitro legitimou a abordagem do Botev, apostado em travar o adversário com um jogo físico e duro, que subjugou o Marítimo e garantiu que a bola raramente saía do meio-campo. Durante o segundo tempo, os búlgaros recuaram ligeiramente na estratégia, o que permitiu aos madeirenses uma melhor exploração dos espaços concedidos, pecando, apesar de tudo, na eficácia ofensiva. As duas equipas acabaram, então, por conformar-se com o nulo, adiando a decisão para os Barreiros, no Funchal.
Rápido e pragmático, mas agressivo e pouco vistoso, o futebol do Botev Plovdiv pode ser traiçoeiro e jogadores como Lachezar Baltanov, Todor Nedelev e Fernando Viana justificaram as cautelas maritimistas. A ausência de Omar Kossoko, no entanto, – cumprirá um jogo de suspensão por ter atingido o limite de cartões amarelos – será um golpe no corpulento meio-campo búlgaro. Tal como o Braga, o Marítimo abordará o embate caseiro como favorito e com boas hipóteses para avançar, mas está, para isso, obrigado a fazer melhor do que aquilo que mostrou na primeira mão.
Bracarenses e funchalenses jogam assim, esta quinta feira, a continuidade na Liga Europa, nos seus respetivos estádios, depois das difíceis deslocações da semana passada. Embora o Marítimo esteja obrigado a vencer – em virtude de não ter marcado qualquer golo fora – enquanto o Braga precisa apenas de um empate a zero, as duas equipas portuguesas conservam o favoritismo augurado antes da eliminatória e têm motivos para se manterem confiantes. Frente a duas formações que privilegiam o futebol direto e as transições rápidas, Marítimo e Sporting de Braga não poderão, contudo, descurar a capacidade de búlgaros ou suecos.
Foto de Capa: SC Braga