«O melhor entre JJ, Lage e Rui Vitória? Bruno Lage, sem dúvida» – Entrevista BnR com André Carvalhas

    -Tudo acontece ao Rosa, assim Naval-

    «No geral, acho que Bruno Lage é melhor que Rui Vitória e Jorge Jesus»

    BnR: Recentemente tivemos a oportunidade de entrevistar o Miguel Rosa, que falou de ti e nos contou um episódio curioso em que ele se ia magoando a sério numa passadeira. Como era a tua relação com ele e pode contar-nos alguma história curiosa com ele?

    André Carvalhas: A minha relação com ele é fantástica. Jogamos juntos há 12/13 anos, é um amigo meu no futebol, mas falando diretamente dele, é um amigo que vou guardar para a vida, tenho histórias fantásticas com ele. Eu, nesse dia, agarrei-me de lado para fazer força e poder levantar o meu corpo, mas sempre apoiado porque a passadeira estava a grande velocidade, e disse ao Rosa para fazer a seguir. Ele, em vez de fazer como eu, agarrou-se à frente e ficou preso 5/10 segundos a roçar com os joelhos, ficou cheio de feridas nos joelhos, depois largou as mãos e foi cuspido contra uma máquina lá de trás. Eu fiquei muito assustado a pensar: “ai mãe, o que é que aconteceu ao Rosa”, e ele todo rasgado, todo enrolado, cheio de feridas. Nós íamos treinar a seguir, então eu e o Serginho levantamo-lo e dissemos: “ei, e agora o que é que vamos dizer no posto médico?”, e quando chegamos ao posto médico, ele disse ao fisioterapeuta, acho que era o Banza: “Ó Banza, caí nas escadas” [risos]. Hoje em dia era impensável não se saber, porque aquilo agora está cheio de câmaras, é um Big Brother. Nós depois fomos ver as imagens nas câmaras, foi só rir, rir, rir. Também vi a história que ele contou do carrinho, que pensava que aquilo estava para a frente e estava em marcha-atrás, eu não me sentei no carrinho, mas disse-lhe: “ó Rosa, que vais fazer?” e ele: “vou andar”, acelerou e partiu aquilo tudo. Tudo o que acontecia de mal era ao Rosa, mas é uma pessoa espetacular, falamos diariamente, seja de futebol ou de coisas a nível pessoal, e é alguém que vou guardar para o resto da minha vida.

    BnR: Continuando na senda de treinadores do Benfica, curiosamente foste uma grande aposta do Rui Vitória no Fátima. Já vias nele qualidade para ser treinador principal do Benfica?

    André Carvalhas: Também já via o Rui Vitória com bastante qualidade. Fez um percurso diferente do Bruno Lage, teve a oportunidade aqui em Portugal de ser treinador na Primeira Liga antes de chegar ao Benfica, no Paços de Ferreira e no Vitória de Guimarães, que lhe deu alguma coisa diferente. O Bruno Lage fez o percurso inverso, não teve oportunidade em Portugal e por isso teve de ir para o estrangeiro, foi para o Al Ahli, depois foi para Inglaterra, para adjunto do Carlos Carvalhal, onde evoluiu bastante com ele, ele próprio diz que foi uma das grandes inspirações para a carreira dele, ele tem uma admiração muito grande pelos Carlos, e foi com naturalidade que chegou ao Benfica. Também o Rui Vitória, que acho que chegou ao Benfica com grande naturalidade porque as épocas no futebol português que fez antes lhe permitiram chegar lá e foi com todo o mérito que o fez.

    BnR: Para ti, qual o melhor? JJ, Lage ou Rui Vitória?

    André Carvalhas: Bruno Lage, sem dúvida. No geral, acho que ele é melhor que todos. Obviamente que a relação que tenho com ele é melhor do que a que tenho com os outros dois, não me dou com o Jorge Jesus, mas dou-me bem também com o mister Rui Vitória, mas a amizade que tenho com o mister Bruno Lage é superior e foi meu treinador durante mais anos, apesar de não ser por aí que digo que é melhor que os outros, é uma opinião pessoal.

    BnR: Relançaste a tua carreira na segunda liga e nunca te fixaste num clube até voltares ao Cova da Piedade, como explicas isso?

    André Carvalhas: Ao longo da minha carreira, sempre andei à procura dos melhores projetos para mim. Assim que as oportunidades foram surgindo, obviamente, também dependia de mim, mas ali a partir do Fátima, Trofense, Naval, onde realmente consegui relançar-me novamente, consegui ser eu a gerir a minha carreira, os meus próprios contratos, e foi mais por aí. Lembro-me depois de ter ido para o Moreirense, ter sido campeão e querer novamente um bom projeto de subida de divisão, em que apareceu o Tondela e fui campeão novamente. Depois de ter subido em Tondela, tinha mais um ano de contrato, os responsáveis decidiram que tínhamos de chegar a um acordo, o mister Vítor Paneira dizia que não encaixava no sistema, e cheguei a acordo e fui para o Portimonense…

    Fonte: Instagram André Carvalhas

    BnR: Deixa-me interromper-te para falar da tua passagem na Naval. Foi a melhor da tua carreira em termos de números, 46 jogos e 9 golos. Como foi essa época?

    André Carvalhas: Essa época, a nível pessoal, foi fantástica. Apesar das dificuldades que o clube tinha a nível financeiro, ficaram com ordenados em atraso e fizemos greve porque não nos pagavam, muitas confusões, mas conseguimo-nos unir, com o mister Álvaro Magalhães, e fiz uma boa época que me permitiu ir para o melhor clube da segunda liga com o melhor plantel, o Moreirense. Eram 20 e tal jogadores e, ou subíamos, ou subíamos.

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    Pedro Pinto Diniz
    Pedro Pinto Dinizhttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um apaixonado por desporto. Em cada linha, procura transmitir toda a sua paixão pelo desporto-rei, o futebol, e por todos os aspetos que o envolvem. O Pedro tem o objetivo de se tornar jornalista desportivo e tem no Bola na Rede o seu primeiro passo para o sucesso.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.