Após largos anos a jogar em 4x3x3, o Porto, pela mão de Nuno Espírito Santo, adotou um sistema que subtrai um homem ao meio-campo para adicionar um outro ao eixo do ataque. Depois de um reduzido número de jogos a jogar com Otávio, Corona e André Silva na frente de ataque, secundados por um trio de médios, a ascensão meteórica de Diogo Jota num célebre jogo na Madeira frente ao Nacional (o mesmo oponente do passado sábado) confirmou o 4x4x2 como sistema preferencial da equipa.
Esta velha questão dos sistemas é um tema há muito debatido, nomeadamente pelos treinadores de bancada. O que é facto é que um sistema não é mais do que um conjunto de números e um ponto de partida para todo um processo coletivo de uma equipa. Não há um sistema que seja melhor do que o outro, mas sim um conjunto de jogadores com características específicas, que combinadas com a ideia de jogo de um determinado treinador, desaguam no tão proclamado sistema base de uma equipa. A partir daqui criam-se dinâmicas e sub-dinâmicas, jogos de pares, trocas posicionais e um padrão de jogo no seio de um onze que definem o estilo de cada equipa. É isso mesmo. Duas equipas podem adotar o mesmo sistema e ter estilos e formas de jogar completamente distintos.
Vejamos o caso do FC Porto. Com o mesmo sistema (4x4x2) já vimos o Porto adotar um jogo mais direto, como já vimos, ocasionalmente, um estilo de jogo em posse. Dizer as coisas de uma forma tão simplista é, porventura, curto mas, ainda assim, o suficiente, julgo eu, para que se perceba a ideia. No entanto, o que me levou a escrever este artigo foi o facto de termos visto o FC Porto alternar o 4x3x3 (no Bessa) com o 4x4x2 (frente ao Nacional) nos últimos dois jogos.
Foto de Capa: FC Porto