E não é que já estamos em período de decisões? Bom, pelo menos em parte: para o FC Porto, as decisões iniciaram-se em Aveiro com a conquista da Supertaça e, brevemente, passarão também por Braga, onde, juntamente com SL Benfica, Sporting CP e o clube local, disputará o título de campeão de inverno, título esse que insiste em escapar aos azuis e brancos. Será desta que veremos a Taça da Liga no nosso museu?
Historicamente, esta prova jovem tem conseguido dividir as opiniões dos adeptos portistas: por um lado, existem aqueles adeptos que continuam a atribuir uma importância mínima a esta competição; do outro lado, há quem defenda que o “Porto à Porto” tem que ser capaz de conquistar todos os troféus a nível nacional. Portanto, em que ficamos?
A meu ver, ninguém está errado nesta situação, como também ninguém está completamente certo. Uma ilação que a sociedade deveria estar apta a tirar é o facto de que muito raramente um “extremo” está certo. Portanto, não só neste tópico, como em tudo o resto, procuro encontrar um ponto de equilíbrio entre ambas as extremidades.
Vamos por partes: a Taça da Liga não pode continuar a ser encarada como apenas uma série de jogos amigáveis, principalmente no enquadramento atual. Uma derrota frente a SL Benfica nas meias-finais ou frente a um dos Sportings na final deixará certamente uma marca não só no plantel, como também na maioria dos adeptos; uma marca que, como alertei no meu último artigo, pode ser fatal para as aspirações do FC Porto nas diversas competições.
Logo, não, não podemos encarar esta final-four como apenas uma visita turística a Braga. Mas, da mesma forma que não podemos encarar este troféu como algo sem valor, devemos ter a consciência que também não se trata de uma obrigação; até concordaria com este rótulo caso estivéssemos a assistir a um outro Porto, mas o facto é que estamos a assistir a uma equipa cansada, com várias baixas relevantes e com poucas opções de qualidade. É um plantel curto com inúmeros objetivos em cima dos seus ombros; “há que ter bom senso acima de tudo”: provavelmente será essa a conclusão que tento chegar.
Sintetizando, fica aqui o meu conselho: portistas, caso este troféu não acabe nas nossas mãos, peço que não a encarem com a leveza de outros anos, mas também não a tratem também como um possível apocalipse.
Foto de Capa: FC Porto
artigo revisto por: Ana Ferreira