SS Lazio 2-2 FC Porto: Arrivederci, italianos

A CRÓNICA: MAIS UM ANO, MAIS UM ARRIVERDERCI TRIUNFAL EM SOLO ITALIANO 

Cinco épocas de Sérgio Conceição, e quatro equipas italianas (AS Roma, AC Milan, Juventus, SS Lazio) que caíram perante o FC Porto. É caso para dizer que o técnico luso é mesmo uma espécie de malapata para os clubes italianos.

Ora, depois da euforia em Turim, no ano transato, a história repetiu-se, e com um simbolismo extra pela relação histórica (e afável) entre Conceição e o clube romano. Mas feituras passadas à parte, o FC Porto empatou (2-2) na casa da SS Lazio, e assegurou um lugar nos oitavos de final da Liga Europa, ao passo que a vitória por 2-1 na primeira volta revelou-se fundamental.

O jogo, esse, não foi nada fácil para os azuis e brancos. A equipa romana começou a todo o gás e demonstrou que a toada não podia ser a mesma da primeira mão. O regresso de Immobile, a pressão asfixiante e a sagacidade romana foram os três fatores determinantes e que impuseram, aos dragões, 45 minutos de dificuldade máxima.

Logo ao minuto 19, Immobile arrancou para o primeiro golo (validado) da noite, após uma falha na primeira fase de construção de Pepe – jogo para esquecer do central luso – sendo que, para além do golo, o avançado foi uma tormenta constante, a par de Felipe Anderson, tanto para o português, como para Zaidu, Mbemba e Bruno Costa.

Depois do golo sofrido, o FC Porto reagiu através de Mehdi Taremi que, com uma grande penalidade, restabeleceu confiança para o que restava da primeira metade. 1-1 ao intervalo, com o resultado a ser claramente melhor que a exibição.

Taremi
Uribe e Taremi foram os impulsionadores do qualificação portista Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

A segunda parte teve o mesmo resultado, porém, a narrativa da partida inverteu-se. Houve uma reação ‘À Porto e a diferença de postura – maior confiança com bola -, bem como a pressão intensa a campo todo impossibilitaram que os italianos pudessem pautar e controlar o jogo com o discernimento da primeira parte.

Do lado portista, Uribe e Taremi foram os pêndulos da equipa, quer no momento defensivo, quer ofensivo. Uribe na ocupação dos espaços, Taremi na persistência e criatividade. Esta simbiose permitiu ao FC Porto chegar, com justiça, à frente do marcador e caros leitores…que obra de arte! A associação Uribe-Otávio-Taremi-Uribe revelou-se o expoente máximo da qualidade coletiva deste FC Porto e sublinhe-se o gesto técnico fantástico de Taremi na assistência.

A SS Lazio, por sua vez, contou com um Radu desinspirado e com algum azar no momento da finalização – Luís Alberto mandou ao poste e Immobile vacilou perante Diogo Costa -, mas que também revelou um desgaste físico significativo permitindo inúmeras transições ao FC Porto que poderiam ter matado o jogo – Galeno entrou bem neste contexto.

Até final, foi uma chuva de bolas na área do FC Porto que tiveram como conclusão um golo insuficiente de Cataldi perto do fim. 2-2 e os azuis e brancos, à semelhança do SC Braga, encontram-se nos oitavos da Liga Europa.

 

 

A FIGURA

Taremi FC Porto Boavista FC
Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

Medhi Taremi – É difícil deixar Uribe de lado, mas Taremi marcou – num momento chave do jogo -, assistiu, e demonstrou o porquê de ser muito mais que um «mero» número 9. Neste jogo em concreto, Taremi deu um pouco de tudo: definição, último passe, criatividade e, depois, juntou a isso uma voracidade defensiva ímpar, que lhe permite ser um jogador crucial em todos os momentos do jogo.

 

O FORA DE JOGO

Pepe FC Porto
Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

Pepe(s) – Pepe e Pepê – os dois Pepes do FC Porto. O primeiro diretamente ligado ao primeiro golo da Lazio – perda de bola em zona proibida – onde a sua incapacidade física ficou por demais saliente. O segundo, algo impotente do ponto de vista ofensivo desperdiçando 19 passes e perdendo duas bolas.

 

ANÁLISE TÁTICA – SS LAZIO

Maurizio Sarri utilizou o clássico 4-3-3 com nota para o regresso de Immobile. A filosofia de jogo permaneceu intacta em relação ao último, faça excepção à pressão média-alta em organização defensiva, que se fez sentir muito mais neste jogo. No que diz respeito à organização ofensiva, Sarri explorou muito o espaço entre o lateral-central (Pepe-Zaidu) implodindo muitas ações de 1×1 entre o extremo e Zaidu.

Na primeira fase de construção, como já é tradicional nas equipas de Sarri, a SS Lazio pautou pelo critério e paciência até encontrar o espaço entre linhas para poder progredir e aproximar-se do último terço. Luis Alberto foi fundamental na criação e teve na pluripotência e versatilidade de Immobile uma das chaves para ferir o FC Porto.

 

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Strakosha (6)

Marusic (6)

Patric (6)

Luiz Felipe (5)

Radu (5)

Luís Alberto (7)

Lucas Leiva (6)

Milinkovic-Savic (5)

Ciro Immobile (8)

Filipe Anderson (7)

Pedro (4)

SUBS UTILIZADOS

Cataldi (5)

Elseid Hysaj (5)

Raul Moro (6)

 

ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

O FC Porto atuou, à semelhança da primeira mão num 4-2-3-1, desta feita, no entanto, com Taremi no lugar de Fábio Vieira, isolando Toni na frente e Taremi, que se juntava ao espanhol invariavelmente na ajuda no momento de pressionar alto. Em bloco médio-baixo, Taremi recuava e colocava-se uns metros atrás do ponta de lança.

Ofensivamente, o jogo do FC Porto apenas estabilizou quando Vitinha também tranquilizou, principalmente com bola. Pressionar alto, ocupação dos espaços e permanente compromisso defensivo sempre houve neste FC Porto, contudo, a equipa só ganhou um novo aval quando estabilizou com bola e, aqui, Vitinha foi importante. No que diz respeito à transição defensiva, Uribe foi quem melhor guiou a equipa, à semelhança de Otávio e Taremi, revelando uma interpretação do jogo – todos eles – bem acima da média.

 

 

ONZE INICIAL E PONTUAÇÕES

Diogo Costa (6)

Zaidu (4)

Pepe (4)

Chancel Mbemba (6)

Bruno Costa (6)

Vitinha (5)

Matheus Uribe (9)

Pepê (4)

Otávio (7)

Taremi (9)

Toni Martinez (6)

SUBS UTILIZADOS

Marko Grujic (6)

Galeno (6)

Evanilson (6)

João Mário (6)

Diogo Silva
Diogo Silvahttp://www.bolanarede.pt
O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.

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